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A Agrishow 2011 começou ontem em Ribeirão Preto (SP) com a missão de testar o potencial de expansão deste ano do mercado de máquinas. A meta é faturar R$ 1,2 bilhões, R$ 50 milhões a mais que em 2010, até sexta-feira . Maior feira de máquinas do Brasil, o evento é usado como principal termômetro do ânimo do produtor e chama atenção neste momento em que a indústria tenta compensar, no mercado interno, baixas nas vendas ao exterior.

A meta do Brasil é exportar 20 mil máquinas agrícolas para a Argentina neste ano. No entanto, com as restrições apresentadas por Buenos Aires – que está controlando licença por licença e impondo restrições para atrair investimentos da indústria – o setor industrial tenta ampliar as vendas internas para não reduzir produção.

Para que não houvesse solavanco nas estatístias – nem redução das atividades nas fábricas e desemprego –, seriam necessários quatro meses extras de vendas ao mercado nacional. Essa compensação é considerada impossível por executivos como Celso Casale, presidente da Câmara de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasi-leira da Indústria de Máquinas e Equimentos (Abimaq).

A capacidade de amortecer o impacto da queda nas exportações no entanto, ainda não foi amplamente avaliada. Os representantes do setor estarão em Ribeirão e devem se concentrar no assunto a partir desta terça, numa maratona de entrevistas coletivas.

As metas da Argentina são ambiciosas. O país quer criar 300 mil postos de trabalho na indústria automotiva até 2020. Na última semana, a New Holland anunciou investimento de US$ 100 milhões numa indústria com geração de 600 vagas diretas.

Abertura

Na abertura da Agrishow, ontem pela manhã, os organizadores criticaram o que qualificam como "tripé do mal": as taxas de juros, a tributação excessiva e o câmbio desfavorável. Na avaliação de Cesário Ramalho, presidente da feira, e Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq, o governo não cria mecanismos para ajudar o setor.

"Com o câmbio de hoje, a indústria brasileira vai exportar menos ainda. Esse câmbio gera queda na produtividade e a indústria fica para trás", afirmou Celso Casale, presidente da Câmara Setorial da Abimaq.

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), prometeram amplo apoio ao agronegócio, tomando as bandeiras do setor, entre elas a da reforma no Código Florestal, considerado o assunto mais urgente deste momento. Eles disseram que não haverá tempo para os produtores se regularizarem até 11 de junho. O desfilar de autoridades dá sequência ao debate, mas nem sempre traz resultados práticos. Com 730 expositores de 45 países, a Agrishow espera atrair um público de 145 mil visitantes ao longo desta semana.

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