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Fonte de água recuperada na região de Cascavel. Projeto transforma banhado em nascente. | Jonathan Campos/gazeta Do Povo
Fonte de água recuperada na região de Cascavel. Projeto transforma banhado em nascente.| Foto: Jonathan Campos/gazeta Do Povo

O projeto Água Viva, desenvolvido pela cooperativa Coopavel com apoio da Syngenta, completa dez anos neste mês com saldo de 8 mil nascentes recuperadas. O programa criou um método simples de revitalizar fontes naturais de água em propriedades rurais e, na segunda década, será expandido, informam os organizadores.

A meta é restabelecer 1,5 mil nascentes por ano, conforme o diretor de Assuntos Corporativos da Syngenta no Brasil, Leandro Conti. Em sua avaliação, não há sinal do fim dessa demanda. Os exemplos de nascentes recuperadas em 70 municípios devem inspirar novas frentes de trabalho, aponta também a Coopavel.

As nascentes recuperáveis ficam na sede da propriedade rural, num capão de mata nativa ou mesmo no meio da lavoura. Aparentemente, não passam de buracos ou banhados. Os agentes do Água Viva orientam o proprietário a limpar a cavidade natural da terra e a construir uma espécie de mureta, com cimento e barro, para reservar um pouco de água logo na saída da fonte. Essa mureta é atravessada por dois ou três canos, que podem ou não ter torneiras. No final das contas, o que era um atoleiro vira um tanque de água limpa, que transborda ou simplesmente corre pelos canos.

Em volta da nascente, num raio de pelo menos 50 metros, a vegetação precisa ser preservada. Por força de lei, trata-se de área de preservação permanente (APP). A recuperação da nascente facilita a inscrição do lote de terra como APP ou reserva legal no Cadastro Ambiental Rural (CAR) previsto no novo Código Florestal.

As nascentes recuperadas no início do projeto, lançado em 2004, continuam preservadas, sustenta Conti. Como os proprietários são ligados a uma cooperativa (Coopavel), esse monitoramento torna-se viável, aponta.

Os proprietários são os primeiros beneficiados pela recuperação, frisa. “As fontes normalmente estão em áreas de reserva legal cercadas de árvores, que não são usadas para produção.” Mas as vantagens são coletivas, acrescenta. "Você preserva a diversidade do entorno, permite a produção rural. E favorece o abastecimento inclusive das cidades." O município de Campo Bonito (Oeste) é citado como caso em que a preservação das nascentes ajudou no abastecimento urbano.

O Brasil ainda não tem um sistema que remunera os produtores por serviços ambientais. A preservação de nascentes é considerada uma obrigação dos proprietários dos imóveis. Para recuperar uma nascente, gasta-se entre R$ 500 e R$ 1 mil. O projeto Água Viva arca com parte desses custos.

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