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A nova diretoria da Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas (Apasem), eleita na última semana, definiu três temas como primordiais para defesa do setor no Paraná ao longo do mandato – até março de 2017. A avaliação é que, na produção estadual de sementes, o avanço da pirataria, a falta de refúgio nas lavouras e os contratos impostos pela multinacional Monsanto estão tirando o sono dos produtores.

Paralisada há alguns meses, a negociação em torno dos contratos de cobrança de royalty sobre o uso da soja Intacta RR2 PRO, da Monsanto, deve ocupar boa parte da agenda. No ano passado, segundo o diretor executivo da entidade, Eugênio Bohatch, houve suspensão de cláusulas em benefício dos produtores paranaenses. Porém, outros tópicos acabaram “ficando para trás”. A Apasem chegou a contratar um escritório de advocacia de São Paulo para auxiliar nas negociações.

“Já conseguimos um avanço. A ideia é intensificar a negociação visando a safra 2015/16”, diz Bohatch, que prefere não mencionar os pontos em aberto. “Eles acham que estão nos Estados Unidos. Não é bem assim”, reage.

A nova diretoria havia solicitado uma reunião para a próxima quinta-feira (26), negada por falta de agenda dos executivos da multinacional. A promessa é de um encontro ainda nas próximas semanas.

Tecnologia em risco

As outras duas pautas de trabalho da Apasem envolvem tecnologia no campo. O avanço das sementes piratas no Paraná, de acordo com o novo presidente da entidade, Kazuo Jorge Baba, coloca em risco a pesquisa, tanto no desenvolvimento genético como na área de novas tecnologias de controle de ervas daninhas e pragas e de cultivares mais resistentes à estiagem. As questões mais delicadas estão nas regiões Oeste e parte do Sudoeste. “Precisamos encontrar uma forma de evitar que a brecha na permissão para produção de semente salva se alargue. Só a legalidade pode nos conduzir a um desenvolvimento tecnológico almejado por todos”, disse Baba, no discurso de pose.

Além de fomentar a denúncia, a Apasem estuda, em parceria com outros órgãos do agronegócio, criar um departamento específico para fiscalizar a pirataria. Os recursos para manutenção seriam divididos entre os obtentores e as instituições de pesquisa.Por último, a baixa adesão ao uso de refúgios nas lavouras tem enfraquecido a tecnologia das sementes, como ocorre no milho Bt. Neste caso, a Apasem elabora duas propostas: pagamento de bônus na forma de crédito na aquisição de sementes aos produtores que adotarem o procedimento e a criação de uma normativa obrigatória.

“Hoje é uma sugestão. Criar uma norma seria uma saída”, contextualiza Bohatch. “Mas vamos encontrar resistência. Imagine um cara que tem 10 mil hectares ter que usar 2 mil como refúgio”, complementa. Atualmente, a sugestão técnica é de que 20% da área sejam utilizadas como refúgio.

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