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| Foto: Ueslei Marcelino/reuters; Fernando Bizerra/efe E Fernando Bizerra/efe

Os principais candidatos às eleições presidenciais de outubro apostam em propostas semelhantes para conquistar os votos do agronegócio brasileiro. Os planos de governo estão alinhados também às principais demandas da agricultura empresarial, focando em temas como regularização fundiária, infraestrutura e logística, crédito e meio-ambiente. No entanto,  não há informação suficiente sobre como cada promessa será atingida.

Para esse diagnóstico, o Agronegócio Gazeta do Povo avaliou as propostas dos três concorrentes mais bem posicionados nas pesquisas (Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos). Além disso, acompanhou debates envolvendo as lideranças nacionais do agronegócio e as declarações dos presidenciáveis direcionadas ao setor.

Os debates eleitorais com o campo se intensificaram na semana passada, puxados por ações da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). As duas entidades apresentaram aos candidatos um conjunto de demandas do setor, ao mesmo tempo em que abriram espaço para que eles se pronunciassem e confrontassem opiniões.

Parte das demandas já é discutida há longa data, mas continua em pauta por serem consideradas fatores limitantes à competitividade nacional. “Os vários elos que compõem nossa cadeia produtiva estão desequilibrados. Temos chance de reverter isso desde que o Brasil consiga definir as medidas que precisa fazer, e faça no tempo certo”, pontuou Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag.

No aspecto de logística o setor almeja agilidade nos investimentos em rodovias, além de fomento a ferrovias e hidrovias. Outro alvo de cobrança é a armazenagem, considerada desalinhada com a produção agrícola nacional.

Os três concorrentes prometem reforçar investimentos e admitem recorrer a Parcerias Público-Privadas (PPPs) para viabilizar novas obras. Dilma afirma estar “obcecada” por hidrovias, enquanto Neves promete “guerra ao custo Brasil.” Para Campos, os investimentos devem seguir um plano decenal, sendo executados sem interesse eleitoreiro.

Em política agrícola, o seguro rural é visto como prioridade. O agronegócio pede maior proteção quanto à volatilidade dos preços e aos riscos climáticos. A meta tucana é garantir que 60% da área agrícola brasileira esteja segurada -- hoje o índice é inferior a 10%. Petistas e pessebistas prometem maior subsídio ao produto, mas não definem valores. Como isso seria colocado em prática? O setor só saberá depois das eleições.

Outro pedido do campo é por ações para ampliar a participação do país no mercado externo. Isso passa por avanços em quesitos como melhor defesa agropecuária e foco em negociações bilaterais. “Hoje a política externa é conduzida para que gostem da gente. Vou conduzir política para que respeitem a gente”, promete Neves, que também garante não poupar recursos para a defesa sanitária. A abertura de novos mercados é prioridade de Dilma, que promete mais investimentos. “Assumo o compromisso de melhorar a defesa agropecuária, que hoje está aquém da nossa necessidade”, salienta. Campos não menciona diretamente no plano de governo a questão de sanidade, mas promete acelerar o estabelecimento de acordos regionais e bilaterais para garantir novos clientes.

As discussões incluem a segurança jurídica no campo, envolvendo o Código Florestal e a demarcação de terras indígenas. Os candidatos prometem estimular práticas relacionadas à agricultura de baixo carbono, bem como acelerar a implantação do Cadastro Ambiental Rural. Já o tema das demarcações é discutido com cautela. Neves tenta mostrar-se como o candidato mais próximo à ideologia do agronegócio. Campos aposta no diálogo. “Temos de proteger a vida de índios e agricultores; é preciso evitar embates e mortes”, indica. Dilma promete revisar os processos de demarcação, para conter possíveis conflitos.

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