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  • Plantio de verão começa pelo milho, nos próximos dias

O placar que abre a safra de grãos 2013/14 – num momento de cotações um terço abaixo das registradas um ano atrás – dá para a saca de soja valor de três a quatro vezes maior que o da saca de milho (o normal é 2 x 1). De um lado, os negócios no mercado internacional anunciam desvalorização das commodities agrícolas. De outro, cresce o abismo entre os preços dos dois principais produtos da agricultura do Brasil.

O corte de 9,23 milhões de toneladas na previsão de safra dos Estados Unidos, há uma semana, não foi suficiente para mudar a tendência de desvalorização de soja e milho no longo prazo, conforme os especialistas. O mercado mostrou-se inicialmente surpreso, mas logo se conformou. As notícias de problemas climáticos no cinturão de produção e sobre vendas volumosas para a China forçam altas na Bolsa de Chicago, mas com efeito temporário.

A alta próxima de 20% no dólar impede uma queda maior nos preços da soja em real. No milho, a supersafra de inverno – que rende 45 milhões de toneladas, com expansão de 15%, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – anula o efeito cambial e mantém a saca abaixo de R$ 10 em Mato Grosso. Nem os leilões do governo conseguem animar as vendas.

O quadro acentua a tendência de os produtores brasileiros optarem pela oleaginosa no verão, analisa Robson Mafioletti, assessor técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Os preços cobrem os custos, mas as margens de 45% estão em forte declínio.

Plantio de verão começa pelo milho, nos próximos dias

Porém, um grande ponto de interrogação desafia os especialistas. Poucos arriscam apontar este como um momento bom para vendas antecipadas, e o mercado segue em compasso de espera. Mato Grosso e Paraná, líderes em produção, venderam perto de 10% e 25% da produção de soja, apontam as consultorias privadas. Esses índices estão dentro das médias históricas, mas o atraso de 20 (PR) e 25 pontos (MT) pode representar perdas de bilhões de reais.

“Estamos num período de altas no mercado de soja em Chicago pelo risco de queda na produtividade. O movimento dura até a primeira quinzena de setembro”, aponta Stefan Tomkiw, que atua em Nova Iorque pela Jefferies & Company. “Se não ocorrer o pior, a tendência é que as previsões da colheita sejam elevadas, como ocorreu no ano passado, após a seca histórica”, pondera Mafioletti.

A redução da previsão de safra dos Estados Unidos, pelo Departamento de Agricultura do país (Usda), funcionou como um paraquedas para os preços, avalia o consultor Étore Baroni, da FC Stone, especializado em comércio internacional. Ele acredita que os números darão incremento de US$ 1 por bushel no preço médio da oleaginosa, tornando menos provável o risco de queda abaixo de US$ 10/bushel em janeiro de 2013, quando a colheita brasileira estará engrenando.

3 sacas de milho são necessárias comprar uma saca de soja. Tradicionalmente, a relação é de 2 por 1. Em Mato Grosso, o placar chega a 4 por 1.

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