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Em área maior, safra de soja deve retormar crescimento e produção de milho aumenta mesmo com redução do plantio. | Christian Rizzi/gazeta Do Povo
Em área maior, safra de soja deve retormar crescimento e produção de milho aumenta mesmo com redução do plantio.| Foto: Christian Rizzi/gazeta Do Povo

Depois da estiagem que levou dos norte-americanos um quarto de sua produção de grãos no ano passado, os Estados Unidos devem colher safras recordes de soja e milho na temporada 2013/14. “Os preços elevados encorajam uma forte resposta da oferta, sustentado mais um ano de plantio recorde”, anunciou o economista-chefe do Departamento de Agricultura do país (USDA), Joseph Glauber, durante a plenária de abertura do Agricultural Outlook Forum, o fórum mundial do agronegócio, que ocorreu na semana passada em Arlington, estado da Virgínia (EUA).

De acordo com as estimativas apresentadas pelo governo norte-americano durante o encontro, soja, milho e trigo, as três principais culturas do país, irão ocupar 93 milhões de hectares neste ano – extensão muito próxima à semeada na safra passada, quando os EUA cultivaram a maior área combinada em 30 anos. Estrela da temporada anterior, o milho deve perder 280 mil hectares (-0,7%) e ocupar 39 milhões de hectares – o segundo maior plantio em 75 anos, atrás apenas de 2012/13.

Com 120 mil hectares adicionais (+0,4%), a soja deve cobrir 31,3 milhões de hectares, igualando o plantio recorde de 2009. Para isso, avança sobre áreas de preservação (CRP, na sigla em inglês) na metade norte do Meio-Oeste, o coração do cinturão de produção de grãos; sobre lavouras de algodão no Sudeste do país e na região do Delta do Mississippi; e sobre áreas de double crop de trigo (safra dupla, plantada após a colheita de inverno) a leste do Corn Belt e no Delta.

Apesar de a seca que assolou o país no ano passado – considerada a pior dos últimos 50 anos – ainda persistir em 56% do território norte-americano, o USDA acredita em uma recuperação da produtividade das lavouras aos níveis normais no ciclo 2013/14. “O porcentual de área em seca diminuiu 5,4 pontos desde 1º. de janeiro e está concentrada na porção centro-sul das Grandes Planícies [região que engloba 10 estados com tradição na produção de trigo, entre eles Kansas, Nebraska e as duas Dakotas]”, justificou Glauber. Segundo ele, já houve uma grande melhora das condições de umidade a porção leste do Corn Belt, notadamente em Illinois e Indiana.

Em última instância, afirma o economista do USDA, o que determina de fato a produtividade da soja e do milho são as condições de chuva e temperatura do verão, e não o comportamento do clima no inverno e na primavera. “O mais importante é o mês de julho. Há poucas evidencias de que haja alguma correlação entre o rendimento das lavouras e os níveis de umidade no período pré-temporada”, garantiu Glauber.

Com clima favorável, os prognósticos para 2013 indicam uma recuperação da produção de grãos dos Estados Unidos, resultando em safras recordes de soja e milho e uma forte recomposição dos estoques. Na avaliação do USDA, os EUA devem tirar dos campos 92,7 milhões de toneladas de soja e 369,1 milhões de toneladas de milho na temporada 2013/13 – um aumento de 13% e 11% na comparação com o ciclo passado, respectivamente.

“Ouvindo os prognósticos para 2013 pode-se ter uma sensação de déjà vu, pois a previsão é semelhante à apresentada no Outlook Forum do ano passado. No entanto, em vez de safras recordes, vimos preços recordes. Neste ano, como em 2012, as perspectivas são brilhantes, mas há muitas incertezas”, admitiu Glauber. A chave, disse o economista, é saber se a seca histórica de 2012 irá persistir em 2013. Ele afirmou, contudo, considerar muito improvável que a estiagem avassaladora do ano passado se repita em 2013. “A probabilidade histórica favorece uma recuperação da produção agrícola, o que, por outro lado, deve trazer preços significativamente mais baixos em 2013.”

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