• Carregando...

Nas lavouras do Paraná, há plantações de milho de todo tamanho. Os produtores começaram a semear a safrinha em janeiro e estenderam o plantio até o fim de março ao ampliar a área de cultivo em 32%. Esse quadro aumenta também o risco dos efeitos climáticos. A maior parte das plantações passou a fase de instalação sem problema de falta de água. No entanto, a escassez de chuva em pontos localizados do Norte e do Oeste começa a preocupar o setor. E as previsões meteorológicas mostram que o problema deve se agravar.

Nas próximas semanas, o milho safrinha terá de suportar períodos de uma ou duas semanas sem chuva, informa o Instituto Tecnológico do Paraná, o Simepar. "Quem plantou mais tarde enfrenta risco maior, uma vez que pode faltar água no crescimento e gear na época de formação dos grãos", diz o meteorologista Fernando Mendes.

A próxima fase crítica é a do florescimento, que tem dois cenários previstos. Num deles o clima deve continuar como nas últimas semanas, com períodos secos relativamente curtos e chuvas localizadas um pouco acima do normal. No outro, o fenômeno La Niña se acentua, tornando tanto a chuva quanto a seca mais extremas. Além disso, o quadro de temperatura elevada "foi quebrado", observa Mendes. Ou seja, a partir de maio, as frentes frias podem provocar geada, principalmente no Sudoeste, Sul e Centro-Sul.

O meteorologista Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), prevê problemas sérios. "Lavouras das regiões de Palotina e Londrina, por exemplo, já enfrentam deficiência hídrica". Não há previsão de quando esse déficit será compensado.

Ele afirma que, além dos riscos que o milho safrinha normalmente enfrenta, a La Niña torna o clima mais instável e a produtividade, incerta. As oscilações são perigosas até o início de julho, quando os grãos amadurecem. "Se gear em junho em cima do milho plantado mais tarde, o grão ainda leitoso vai congelar. A produtividade e a qualidade ficarão prejudicadas", avalia. Para Lazinski, o produtor vai precisar de sorte.

O zoneamento é estabelecido com base em 30 anos de dados meteorológicos e indica o período de plantio em que a ocorrência de quebra fica dentro da faixa de 20%. "Fora desse período, o risco aumenta muito", alerta o pesquisador de meteorologia João Henrique Caviglione, engenheiro agrônomo do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).

Ele diz que, apesar das estiagens localizadas, a situação é mais tranqüila que em anos anteriores. "A safrinha tem uma produtividade menor justamente por causa dos fatores climáticos. Não podemos transformar a safrinha em safra normal e esperar que chova na hora certa todos os anos."

Enquanto o produtor paranaense se preocupa com a chuva, o norte-americano atrasa o plantio por causa do frio. Nos Estados Unidos, o cultivo já iniciou, mas segue em ritmo lento. A interferência de problemas climáticos no mercado, no entanto, só é esperada a partir de maio.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]