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O agronegócio do Paraná segue tendência diversa da prevista para um estado em que predominam pequenas e médias propriedades, mostraram os números divulgados na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estado vem ampliando a produção de leite e frango, que significam diversificação de fontes de renda, mas não deixa de lado a produção de soja, que exige áreas cada vez maiores e se tornou símbolo da agricultura de larga escala.

Até pouco tempo, era consensual a avaliação de que a vocação do Paraná, no futuro, não será a soja, principal produto do setor atualmente. Esse diagnóstico casa com o fato de a produção avançar todos os anos em estados como Mato Grosso, tema da reportagem de capa desta edição do Caminhos do Campo. Desde os anos 70, as cotações da commotidy vêm caindo em relação aos custos, o que reduz a margem de lucro do produtor. Diante disso, a conclusão óbvia é que a oleaginosa só será viável em grandes áreas, ou que não vai gerar renda suficiente para manter uma família numa propriedade pequena, inferior a 100 hectares.

Porém, o quadro internacional de escassez de alimentos muda essa perspectiva ao elevar as cotações e dar novo fôlego à produção do grão. Por enquanto, o cultivo vem se mostrando viável em lavouras médias ou mesmo pequenas, pelo menos onde registra-se alta produtividade. É justamente esse o caso do Paraná, que alcança o maior rendimento médio por hectare do país, acima de 3,1 mil quilos.

Se no futuro a renda da soja será ou não suficiente para sustentar pequenas e médias propriedades, só os preços dirão. Enquanto o faturamento favorece o cultivo, o setor ganha tempo para avançar nos resultados por área. Se esse rendimento ficar acima da média de outras regiões, é possível mudar, sim, as tendências de longo prazo, ou pelo menos adiá-las. Boa leitura!

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