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Ponta Grossa – A queda brusca no preço da batata, que fez produtores jogarem fora boa parte da produção no início do ano, não teve reflexos significativos nas apostas para a safra das águas (2007/08). Dados preliminares do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab), mostram expectativa de redução de área de apenas 650 hectares.

Na safra 2006/07 foram cultivados 17 mil hectares. A superprodução de janeiro e fevereiro deste ano fez o preço da saca de 50 quilos cair a R$ 7,75, valor insuficiente para cobrir os custos de produção. Por conta disso, muitos agricultores jogaram sua produção no lixo, ou simplesmente deixaram que apodrecer na terra.

O engenheiro agrônomo do Deral Maurício Lunardon afirma que nas próximas análises a redução da área pode aparecer ainda maior. Mas ele avalia que isso não descarta a ocorrência de nova superprodução. "O que aconteceu no início do ano é que várias regiões tiveram uma produção muito alta, fazendo com que o preço despencasse." Na última semana, o plantio atingiu 81,1% da área, segundo o Deral.

Apesar de o preço da batata ter subido na safra das secas (maio/junho), alcançando o valor de R$ 35,60 a saca, Lunardon confirma que não foi o suficiente para que os produtores se recuperassem das perdas da safra das águas (janeiro/fevereiro). "Não temos como prever o preço que a safra que está sendo plantada irá alcançar no mercado", declara. Segundo o Deral, a expectativa de produção da safra das águas para 2008 é de 396 mil toneladas no Paraná, pouco mais que as 389 mil toneladas colhidas na primeira safra do ano agrícola 2006/07.

O agricultor Francisco Schebeski produz batatas nas regiões de Palmas, Candói e Ponta Grossa. Segundo ele, a crise do início do ano, mais as incertezas do clima, o levaram a reduzir em 40% a área de plantio. "A batata é uma atividade de alto custo e risco, e o mercado está cada vez mais exigente na qualidade do produto", avalia. Schebeski emprega cerca de 200 pessoas na lavoura, mas com a redução o número de vagas também será menor. "Se pegarmos outra crise é perigoso falir", ressalta.

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