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A nova semente da Bayer conta com um gene que torna a planta resistente ao herbicida Liberty Link, à base de glufosinato de amônio. | ANDRE RODRIGUES/Gazeta do Povo
A nova semente da Bayer conta com um gene que torna a planta resistente ao herbicida Liberty Link, à base de glufosinato de amônio.| Foto: ANDRE RODRIGUES/Gazeta do Povo

A Bayer lançou na noite desta terça-feira, 8, durante a Expodireto Cotrijal, em Não-me-Toque (RS), sua primeira soja transgênica com tecnologia própria, a Liberty Link.

Até então, a empresa alemã comercializava apenas variedades transgênicas com tecnologias licenciadas, como a soja Roundup Ready e a Intacta RR PRO, ambas com patente pertencente à Monsanto, além de uma variedade de soja convencional.

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“No Brasil é a primeira soja transgênica da Bayer. Com o lançamento de (variedades de) soja com tecnologia própria, nos mantemos alinhados à proposta da Bayer, que é oferecer um porfólio o mais amplo possível para os produtores”, disse Eduardo Mazzieri, diretor da Unidade de Sementes da Divisão Crop Science da Bayer no Brasil.

A única tecnologia transgênica não vendida pela empresa no País é a semente de soja Cultivance, fruto da parceria de Basf e Embrapa, lançada no ano passado.

A nova semente da Bayer conta com um gene que torna a planta resistente ao herbicida Liberty Link, à base de glufosinato de amônio. O defensivo, de acordo com Mazzieri, combate plantas de difícil controle, como por exemplo aquelas que já apresentaram resistência a herbicidas disponíveis no mercado - como os indicados para sementes com tecnologia da Monsanto. A Bayer afirma que não há caso registrado no Brasil de plantas resistentes ao glufosinato de amônio.

A tecnologia LL foi comercializada pela primeira vez em 1995, nos Estados Unidos, em variedades de milho. Em 2004, a empresa lançou o algodão dotado da mesma tecnologia, também nos EUA. Somente em 2009 foi apresentada àquele mercado a soja LL.

No Brasil, a Bayer começou a comercializar primeiramente as sementes de milho com tecnologia LL, em 2008, que passaram a ser licenciadas para empresas parceiras (a Bayer não vende sementes de milho). No ano seguinte, lançou o algodão LL.

O lançamento da semente de soja com a mesma tecnologia ocorre apenas agora, após o desenvolvimento de 11 variedades adequadas às condições climáticas das principais regiões produtoras da oleaginosa no Brasil. “Temos um banco de germoplasma adaptado às diferenças do País, um material que atende de Norte a Sul (do Brasil)”, declarou Mazzieri.

Diferentemente do que ocorre na comercialização de tecnologias transgênicas da Monsanto, a Bayer não cobrará royalties na venda de sua variedade transgênica de soja. Isso porque, segundo o diretor da companhia, “a tecnologia tinha uma patente que já expirou”.

Em agosto do ano passado, conforme antecipou o Broadcast Agro, a Bayer já planejava fazer lançamentos pontuais da semente de soja Liberty Link para a temporada 2015/16.

A ação, entretanto, dependia da autorização do Ministério da Agricultura para o registro do herbicida ao qual a semente é resistente. De acordo com Mazzieri, a autorização já foi concedida pela pasta.

A empresa não divulgou o volume de investimentos para o lançamento no Brasil. Mazzieri também não fez projeções de incremento nas vendas atribuídas à nova soja transgênica. “Claro que esperamos aumento de vendas e de participação (no mercado de sementes de soja). Queremos crescer na soja como um todo, não apenas com a Liberty Link”, explicou o executivo.

Nova marca

Durante a feira, a Bayer também fez o lançamento para o Brasil de sua primeira marca para sementes de soja, a Credenz. Segundo Mazzieri, ela foi lançada em 2013 no mercado global e em 2014 no norte-americano.

“Temos de obedecer o estágio (do mercado) de cada país. Aqui no Brasil era necessário fazer um trabalho forte em termos de qualidade de sementes para nos sentirmos seguros”, explicou o diretor da Bayer.

Mazzieri lembrou que a Bayer começou a atuar no mercado nacional de sementes de soja em 2010 e que desde então fez diversas aquisições de empresas com produtos para sojicultores. “A gente vem de uma jornada de aquisições, organizando estações experimentais, evoluindo no trabalho de melhoramento genético. Agora atingimos um patamar para lançar a marca no Brasil”, afirmou.

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