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Os agricultores de Santa Rosa observam outras regiões do país alcançarem 4 mil quilos de soja por hectare – 60% a mais do que se colhe no berço da sojicultura – e travam uma peleia contra o clima para também avançar em produtividade. As chuvas irregulares têm garantido safra cheia apenas uma vez a cada três anos no Noroeste do estado. A saída é investir em irrigação pensando primeiro no milho e futuramente na soja, aponta o produtor Fábio Scalco.

O principal entrave é que os produtores têm de arcar até com a própria rede de transmissão de energia elétrica, relata. Ele instalou irrigadores em 45 hectares, metade de sua área de cultivo, com custo de R$ 9 mil/ha – que pretende recuperar em seis anos. “Desse valor, R$ 1,2 mil é só para a rede de energia. E podemos ter problema de fornecimento”, afirma. O milho irrigado deve render 200 sacas (12 toneladas) e a soja de sequeiro, 50 sacas (3 toneladas) por hectare.

O Rio Grande do Sul calcula estar com 1,2 milhão de hectares irrigados. A meta do governo estadual é dobrar essa área, avaliando que há 2,3 milhões a 6 milhões de hectares irrigáveis. Do total de 4,8 milhões de hectares dedicados à soja, no entanto, apenas 120 mil estão com sistemas de irrigação. A maior parte dos pivôs molha outras culturas. Não houve investimento na rede de distribuição para garantir forneci­­mento de eletricidade à irrigação das lavouras, aponta Gilmar Vione, que monitora a produção rural em 45 municípios vizinhos a Santa Rosa. Em muitas regiões, há limitações até para o consumo doméstico. “Ou se liga o chuveiro ou a máquina de lavar.”

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