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A segunda quinzena de outubro será decisiva na intenção do plantio de milho e soja na safra 2007/08 no Paraná. Neste momento, a única coisa certa é o aumento global da área destinada às duas culturas, que vai a 5,35 milhões de hectares – um aumento de 1,71% em relação ao ano passado. Com o mercado aquecido e os preços internacionais em alta, o produtor se prepara para semear uma das maiores áreas dos últimos dez anos. As incertezas vêm do clima, que de acordo com as previsões não deve ser tão generoso como no cultivo de 2006/07.

A primeira estimativa da Expedição Caminhos do Campo aponta para uma variação positiva nas duas culturas. Enquanto a soja cresce 1,01% e chega a 4 milhões de hectares, o milho aumenta 3,8% e atinge 1,35 milhão. Se confirmadas as previsões, a produção estadual tem potencial para 12 milhões de toneladas e 8,91 milhões de toneladas, respectivamente. Um recorde na soja e a segunda maior produção de milho de verão desde o início da série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Na prática, o milho recupera parte da área perdida no ano passado. O preço baixo na época desestimulou o produtor, que plantou 12% menos hectares. A soja tem uma das maiores áreas de todos tempos, perdendo apenas para o plantio 2004/05, quando atingiu 4,1 milhão de hectares. A base de comparação são os números apurados pelo Caminhos do Campo na safra passada, quando teve início o levantamento técnico-jornalístico da produção de grãos pela Gazeta do Povo, em parceria com a Organi-zação das Cooperativas (Ocepar) e a Federação da Agricultura (Faep).

Os próximos dias serão determinantes na opção pelo cultivo do milho ou da soja. Até o final da semana ainda é possível manter as apostas no milho. Em algumas regiões, os produtores devem insistir até o início de novembro. Mas se o clima não ajudar e as chuvas forem insuficientes, a soja deve ganhar área, como já vem ocorrendo no Oeste e Sudoeste.

Eugenio Stefanelo, técnico da Conab, explica que o clima atípico, provocado pela La Niña, vai influenciar todo o ciclo produtivo. Contudo, sustentada por uma conjuntura internacional, "a previsão de mercado é otimista e o produtor deve cultivar toda a área disponível. Com mais soja ou mais milho, só o tempo vai dizer". Em sua avaliação, "preço e mercado devem garantir, na pior das hipóteses, uma boa safra".

O reflexo direto do clima será na produtividade. Robson Mafioletti, analista da Ocepar, acredita que "dificilmente as lavouras devem repetir o desempenho da safra anterior, quando o rendimento médio foi superior aos 3 mil quilos/ha na soja e 6,6 mil quilos/ha no milho".

A amostragem tomada como referência pela Expedição representa 74% da área paranaense de soja e 57% do milho. O cereal e a oleaginosa respondem, juntos, por mais de 90% da produção de grãos no estado.

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