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No ano em que o Brasil apertou o cerco contra o uso de tabaco, a área destinada à cultura voltou a crescer. Em meio a restrições ao tabagismo em vários estados brasileiros, o setor mirou no mercado externo e registrou crescimento de 3,4% na receita dos embarques. A estimativa é do SindiTabaco, o Sindicato da Indústria do Fumo.O crescimento é explicado pelo aumento do preço pago pelos importadores. O Brasil exportou, entre janeiro e novembro de 2009, 638 mil toneladas de tabaco, volume ligeiramento menor que o registrado no mesmo período do ano passado (654 mil t), mas recebeu em média 13,6% mais pela tonelada do produto. Em onze meses, os embarques do produto renderam ao país US$ 2,9 bilhões, contra US$ 2,6 bilhões em igual período do ano anterior.

No ano passado, o Brasil enviou ao exterior 683 mil toneladas de tabaco. Até o final deste ano, cerca de 650 mil toneladas de fumo terão deixado os portos brasileiros, estima o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke. Já o faturamento do setor com as vendas externas, que somou US$ 2,9 bilhões em 2008, deve alcançar US$ 3 bilhões neste ano, calcula.

Com as margens pressionadas pela valorização do real em relação ao dólar, os exportadores brasileiros de tabaco conseguiram, em meio à crise econômica internacional, renegociar preços, relata Schünke. "Apesar do consumo estar caindo nas Américas e na Europa, a demanda cresce muito na Ásia e na África. Estimativas da OMS indicam que o consumo mundial continuará crescendo até 2050."

Ainda não existem previsões oficiais sobre o impacto que as leis de restrição ao tabagismo aprovadas no Brasil neste ano terão no consumo de tabaco no país. Mas como mais de 85% do produto brasileiro é destinado à exportação, o mercado externo é que define os rumos da fumicultura nacional.

E os produtores brasileiros sabem muito bem disso. Atentos ao mercado externo, eles reivindicam à industria o repasse de parte da remureação extra obtida com as exportações de tabaco neste ano. Querem reajuste de 19,5% no preço recebido no campo. O incremento considera uma elevação de 18% nos custos de produção da safra 2009/10 e um adicional de 17% na lucratividade da cultura, explica Benício Albano Werner, presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Ele informa que a indústria tem até meados de janeiro para responder à solicitação dos produtores.

Cultivo maior

O crescimento ocorre também no cultivo de fumo. A safra brasileira 2009/10 está em fase inicial de colheita no Sul do país. Os três estados da região cultivaram neste ano 377,2 mil hectares, que devem render 735,1 mil toneladas de fumo. A área cresceu 1% ante o ano anterio. O clima excessivamente úmido prejudicou o desenvolvimento das lavouras, principalmente em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Apesar do cultivo seguir em crescimento, ainda pode haver queda na produção.

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