• Carregando...

A erva daninha conhecida como buva traz ao produtor brasileiro de soja um problema que, nos Estados Unidos e na Argentina, chegou a colocar em xeque o futuro da soja transgênica. Ao ganhar resistência ao glifosato, a planta daninha só morre com mudança no manejo e combinação de herbicidas. Em muitas lavouras, precisa ser arrancada manualmente. Ou seja, amplia o uso de agrotóxicos e dificulta o cultivo, anulando as principais vantagens da semente RR. O fenômeno, no entanto, é considerado superável pela Embrapa Soja.

"Houve uma seleção natural de plantas resistentes, que agora precisam ser controladas de forma alternativa", afirma Dionísio Gazziero, especialista em plantas daninhas. Com o tempo, outras plantas daninhas tendem a se tornar imunes à ação do glifosato como a buva, acrescenta.

A nova buva se alastra do Sul para o Norte do Brasil. No Paraná, passou do Oeste para o Norte em dois anos, exigindo qualificação do produtor rural. "O problema é que o controle químico não traz resultado satisfatório. Os agricultores precisam adotar um conjunto de ações integradas para conseguir algum efeito", orienta Gazziero.

A Embrapa aconselha os produtores que têm áreas infestadas a procurar ajuda de um técnico. Dependendo da concentração de buva, é necessário mudar inclusive as opções de plantio. O cultivo de trigo ao invés de milho no inverno facilita o controle da planta. Quem produz milho safrinha tem menos tempo para administração de herbicidas na hora certa.

Mais do que isso, a buva exige ação conjunta, uma vez que se espalha facilmente com o vento. Uma única planta produz até 200 mil sementes, conforme os especialistas. A semente da buva é 2 mil vezes mais leve que a da soja, o que lhe permite viajar no vento por centenas de quilômetros antes da germinação. "Temos que fazer o controle na entressafra", apela o pesquisador.

Como disputa luminosidade, água e nutrientes, a buva reduz a produtividade da soja. A Embrapa relata casos de queda de 70% na produção, nas áreas mais afetadas. A Expedição Safra constatou que a preocupação chega a produtores do Centro-Oeste e do Sudeste do país, que ainda se consideram despreparados para enfrentar o problema.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]