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Depois da tilápia e do suíno, foram os caprinos que ganharam a vitrine no Festival Gastronômico do Sistema Fecomércio. Com o apoio da Federação da Agricultura (Faep) e da Associação dos Caprinocultores do Paraná (Capripar), pratos à base de cabrito foram servidos durante a semana passada no restaurante escola do Senac, em Curitiba. O consumo ficou perto de 2 toneladas de carne.

O festival foi uma oportunidade para consumidores, chefes de cozinha e empresários da gastronomia conhecerem as qualidades da carne. Mas atrás de exposição urbana está o esforço na promoção e organização da cadeia caprina no estado.

Livaldo Gemin, diretor secretário da Faep, lembra que "estamos falando de uma carne nobre, mas com pouca presença na mesa do brasileiro". Ele destacou que o incentivo ao consumo também é um estímulo à diversificação na atividade rural. O Paraná tem rebanho estimado em 80 mil caprinos. Para qualificar essa cadeia, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR) realizou 170 cursos para mais de 3 mil pessoas, nos últimos três anos.

A maioria dos animais está no Sudoeste do estado. Aryzone Mendes de Araújo, presidente da Capripar e do Sindicato Rural de Francisco Beltrão, conta que o rebanho da região passou de 9 mil para 32 mil cabeças em quatro anos.

O desafio agora é criar uma estrutura de abate. Atualmente não existe nenhum abatedouro específico para caprinos no Paraná. Quando não são abatidos nas propriedades, o que é ilegal, os animais são encaminhados para frigoríficos de bovinos, que não têm estrutura nem mão-de-obra adequada.

No lançamento do festival, dia 19, oito entidades da cadeia dos caprinos assinaram um termo de cooperação para um estudo de oportunidades de novos mercados. Houve a adesão do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que tem um trabalho de fomento à atividade, o Projeto Aprisco. Na Região Nordeste, que concentra 69% do rebanho de cabras, bodes e ovelhas, o programa incentiva o uso de novas tecnologias e qualifica o gerenciamento das propriedades. A experiência deve ser trazida ao Paraná.

Para o sistema Fecomércio, o festival fortalece a cadeia produtiva da carne e cria oportunidade de novos negócios. "Além disso, criamos um ambiente favorável à formação oferecida pelo Senac na área de gastronomia", diz Darci Piana, presidente da entidade.

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