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O Mapa diz ter aguardado até a última sexta-feira para que os produtores comprovassem a quantidade estocada. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
O Mapa diz ter aguardado até a última sexta-feira para que os produtores comprovassem a quantidade estocada.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

“Briga” por cafézinho na empresa, muita gente conhece. Mas uma disputa em escala - bem - maior tem balançado o mercado nacional de café. No capítulo mais recente, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse ter encaminhado à Câmara de Comércio Exterior (Camex), na última sexta-feira (10), pedido de autorização para importação de café conilon. “Agora é com o conselho”, afirmou. “Particularmente, entendo que é necessário, neste momento, flexibilizar um pouco. E dentro de cotas; não é uma liberação”, acrescentou.

A importação de café é uma demanda da indústria. Já o setor produtivo, em especial do Espírito Santo, maior produtor de conilon do País, é contra e tem se articulado para evitar a medida. Segundo Maggi, produtores afirmam ter produto em estoque, mas não ofertam ao mercado.

“O governo vem estudando o assunto há algum tempo. Há divergências de números, entre o que a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) mostra ao ministério e o que os produtores dizem ter”, comentou. “Confio nos departamentos do Estado.”

O ministério defende a importação de um total de 1 milhão de sacas de café conilon até maio, ou 250 mil sacas por mês a partir de fevereiro. O pedido de autorização para importar café havia sido adiado no início da semana passada, após pressão dos produtores do Espírito Santo, que alegavam ter em estoque 4 milhões de sacas. A Conab estimava um estoque na casa dos 2 milhões. O ministério aguardou até a última sexta-feira para que os produtores comprovassem a quantidade estocada. “A vontade é apenas que a indústria brasileira sobreviva ao momento; não há agricultura forte sem a agroindústria forte”, disse o ministro. “Se você olhar os números de exportação de café nos meses de janeiro e fevereiro, principalmente, de café industrializado, que já passou pela indústria, vai ver que os números são muito diferentes, que as quedas são significativas”, complementou.

De acordo com ele, o que acontece hoje com o café já ocorreu no passado com a soja e o milho, quando a queda da safra prejudicou o produto final. “Cabe ao governo sempre olhar como minimizar isso. Não vou deixar de tomar as decisões que o governo entende como certas e que devem ser tomadas para a sustentabilidade da nossa agricultura.”

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