• Carregando...

Hovanês Zaven Emin, sócio da Usina Coraci – a única fábrica de álcool de mandioca criada nos anos 80 ainda em atividade – é uma voz dissonante entre os que conhecem essa tecnologia. "Ela é tecnicamente viável, mas antieconômica. Não há nada igual à cana para se produzir álcool e o Brasil é privilegiado nisso."

Emin diz que a Coraci só sobreviveu porque soube se adaptar à realidade. Hoje, a empresa produz álcool refinado de milho –"eventualmente de mandioca" – e estuda iniciar a produção de álcool de cana nos próximos anos.

Seria uma forma de aproveitar a estrutura da usina, hoje subutilizada. Com capacidade para produzir até 1,8 milhão de litros por mês, a Coraci fabrica, no máximo, um quinto desse volume: entre 300 e 400 mil litros mensais.

Emin cita três entraves à viabilidade econômica do álcool carburante de mandioca: a falta de escala de produção para alimentar grandes usinas, a oscilação do teor de amido da mandioca e o processo enzimático para a transformação do amido em açúcar, considerado por ele caro e demorado. Enquanto a fermentação da cana dura oito horas, a da mandioca precisa de até 72 horas.

Segundo Jonas Vieira, da Cereálcool, o rendimento de álcool da cana é quase o dobro do da mandioca. Um hectare de cana produz, em média, 7,2 mil litros de álcool, contra 4 mil de um hectare de mandioca. Mas ele acredita que essa defasagem poderá ser compensada, em médio prazo, com investimento em pesquisa nas áreas agrícola e industrial, como o que a cana recebeu nas últimas décadas.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]