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O tubérculo ganhou espaço nas terras de Irineuza há apenas quatro anos. O bom preço – em média, R$ 20 pela saca de 20 quilos – fez com que a produção fosse expandida a cada safra. "Começamos por conta da necessidade de rotatividade de cultura, já que antes só plantávamos milho verde. Está sendo muito bom e a cada ano estamos aumentando a área da cebola. Para a próxima safra, a ideia é plantar em cinco hectares", afirma a produtora, que neste ano destinou três hectares para o tubérculo.

Os casos de bons rendi­mentos com a cebola são comuns na região de Con­­tenda. A cada ano, os associados da Cooperativa dos Produtores Rurais de Con­­tenda (Cootenda) estão conseguindo melhorar a produção, principalmente em função dos investimentos em maquinário. As novas máquinas disponíveis no mercado permitem que o plantio seja mais eficiente e a colheita realizada de forma mais ágil, evitando que o produto deteriore no campo.

"Com o dinheiro das últimas safras o pessoal está se equipando. Além disso, a prefeitura também está comprando máquinas e repassando para as associações de produtores", diz Marco Antônio Gonçalves, presidente da Cootenda. "No começo, o plantio era manual. Agora estamos alugando máquina e isso faz a diferença", complementa Irineusa.

Outro fator determinante para o sucesso da cebola na região é a quantidade limitada de unidade. Na atual safra, a chuva só caiu na hora certa. "Além de diminuir a oferta, muita água baixa a qualidade do produto", explica o economista do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) Marcelo Garrido. "Em algumas regiões do estado, o excesso de chuvas prejudicou os produtores e comprometeu a safra."

Contramão

Ao contrário da região de Contenda, a produção estadual de cebola registrou queda, principalmente em função da redução de área. Os produtores do Paraná, que ocupa a 6.ª posição no ranking nacional, diminuíram em 18% a área de plantio – de 8,1 mil hectares para 6,7 mil hectares no último ano. O resultado foi uma safra 18% menor em relação a anterior – de 163 mil toneladas para 138 mil toneladas.

"Isso é consequência da equação muita oferta e preço baixo. Na incerteza, o pessoal deixa de investir. Alguns não plantaram nada no lugar e outros optaram pelo milho", explica Garrido.

A alternativa para abastecer o mercado foi trazer o tubérculo de outros estados como Santa Catarina, maior produtor do país, São Paulo e do Nordeste. "Lá [no Nordeste] é o único lugar onde é possível plantar cebola o ano todo, pois o clima é fundamental", aponta o economista da Seab.

CrescimentoProdução deve ser retomada na próxima safra

Os bons preços pagos pela cebola na atual safra em relação a anterior devem fazer com que a produção do estado seja retomada. Os produtores terminaram a colheita recebendo, em média, R$ 18,76 pela saca de 20 quilos. Na mesma época do ano passado, o produto estava rendendo R$ 9,49 por saca. De acordo com previsão da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a área destinada ao tubérculo deve ser 5% maior na safra 2012/13.

"A tendência é de aumento, mas não a ponto de recuperar a área perdida", diz o economista Marcelo Garrido, da Seab. "A próxima safra tem tudo para ser enorme", garante Marco Antônio Gonçalves, presidente da cooperativa de Contenda.

Porém, a possibilidade de uma ‘super safra’ pode resultar em prejuízos para os produtores. Caso a previsão de concretize, a grande oferta de o produto jogar os preços para baixo. "Pode acontecer uma super safra e o produtor dar na parede. Mas, do contrário, se o plantio no estado for pequeno, quem tiver vai abastecer o mercado e ganhar bastante dinheiro", analisa Gonçalves.

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