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Lavoura de trigo de Nelson Martinelli ficou acamada em Chopinzinho (Oeste) | Divulgaa§a£o
Lavoura de trigo de Nelson Martinelli ficou acamada em Chopinzinho (Oeste)| Foto: Divulgaa§a£o
  • Gelo acumulado após a chuva de granizo formou uma camada sobre o solo
  • Granizo destruiu aviários e causou prejuízos em cidades como São João, no Sudoeste do estado
  • Algumas lavouras de trigo da região Oeste e Sudoeste atingiram nível de perda total. Produção vai virar triguilho, com menor valor comercial.
  • Milho recém germinado ainda tem condições de recuperar produtividade, dizem os técnicos
  • Roberto Sauter vai precisar de financiamento para reconstruir cobertura de aviário em Corbélia (Oeste)
  • Vendaval ajudou a deixar plantações

Os registros de chuvas intensas e de granizo no último fim de semana deram um solavanco no campo num momento em que o plantio de verão começa a engrenar no Paraná. Embora seja boa para a umidade do solo, a virada climática causou prejuízos, sobretudo nas regiões Oeste e Sudoeste.

O maior impacto deve ser confirmado sobre as lavouras de trigo, que têm menor possibilidade de recuperação, indicam os técnicos. O estrago também atingiu aviários e áreas incipientes de milho, onde as sementes começam a germinar. O plantio da soja, principal aposta do verão, deve engrenar nos próximos dias.

Em Chopinzinho (Sudoeste), o agricultor Daniel Mazutti estima que metade dos 40 hectares dedicados ao trigo deve virar triguilho (com qualidade e valor de mercado inferior). A área sofreu a incidência de granizo na tarde da última sexta-feira (20).

Outros 15 hectares de milho foram afetados, mas como as plantas estavam em estágio inicial de germinação, o impacto deve ser menor. “Ainda vamos acompanhar as perdas do trigo, mas o milho dá para salvar”, prevê.

Ivano Carniel, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) em Pato Branco, confirma que o efeito sobre o milho deve ser menor. “Há uma perda apenas no arranque do plantio, já que a planta brota novamente”, explica.

Na região de Corbélia (Oeste), que está em situação de emergência após as chuvas, o cereal do pão também deve ser o maior prejudicado, detalha Selvino Manica, que preside o Sindicato Rural do município. “O PH [peso hectolítrico] vai cair lá embaixo”, resume. O índice é um dos critérios para definir a qualidade do produto, refletindo diretamente sobre o preço de venda.

Sorte

Próximo dali, em Cascavel (Oeste), o agricultor Renato Martini não reclama. Como o plantio dos 50 hectares de trigo foi feito em junho, a chuvas não prejudicaram a lavoura, que também ficou imune às geadas de julho e agosto. Isso aumentou a confiança do produtor, depois de seguidos anos sem um desempenho favorável. “Há três ou quatro anos não vem uma colheita de boa qualidade”, lembra.

A ocorrência de granizo normalmente traz perdas localizadas, avalia o coordenador da Divisão de Estatísticas da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Carlos Hugo Godinho. Os relatórios técnicos de cada região serão confrontados nos próximos dias, afirmou. As sementes que estão embaixo do solo devem germinar normalmente, aponta.

100 milímetros de chuva foram registrados na região de Francisco Beltrão. Com sol, o plantio de soja deve engrenar.

 

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