A 12ª edição do prêmio Mérito Fitossanitário, oferecido pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), rendeu dois prêmios à Cocamar, de Maringá (Noroeste do Paraná). A empresa ficou com os dois troféus da categoria Cooperativas/Projetos. Um pelo Cultivar, em que alunos da Apae e detentos da penitenciária da cidade cultivam mudas para reflorestamento, e outro pelo Tecnologia de Aplicação, que monitora a dosagem de defensivos nas lavouras. Na malha da distribuição de defensivos, as cooperativas detêm 24% das vendas.
O Cultivar já produziu 1,5 milhão de mudas desde 2005, afirma o gerente de Responsabilidade Social da Cocamar, Marcelo Bérgamo. A cooperativa investiu nos viveiros e no treinamento de 38 alunos da Apae e 23 detentos. Os estudantes hoje são contratados, usam crachá e recebem salário. Os detentos abatem um dia de pena a cada três dias trabalhados. A meta de produzir 300 mil mudas por ano vem sendo superada em 70%. As mudas são distribuídas gratuitamente aos cooperados que precisam recompor reserva legal, e que também recebem orientação técnica.
"A importância do Cultivar está na inclusão social, na reabilitação e na responsabilidade ambiental. Estamos ajudando a sociedade e, ao mesmo tempo, recompondo florestas", diz Bérgamo. O projeto é desenvolvido em parceria com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).
No projeto Tecnologia de Aplicação, foram checados 90 pulverizadores e praticamente todos precisavam de ajustes 83% tinham problema no medidor de pressão e 65% estavam com bicos ruins. O resultado foi mais um indício da estimativa de que 10% dos defensivos usados no país são desperdiçados. Essa fração torna-se representativa se for considerado o valor que o setor movimenta por ano R$ 16 bilhões em 2008. O estudo da Cocamar teve ajuda dos especialistas Marco Antonio Gandolfo (da Universidade Estadual do Norte do Paraná) e Fernando Adegas (Embrapa Soja). (JR)
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