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Tem consumidor que abre mão do conforto do supermercado para ir à lavoura e, em troca, sentir o cheiro da terra. É o que acontece na colônia Vitória, no distrito de Entre Rios, formado por descendentes de imigrantes alemães, a 20 quilômetros de Guarapuava, na região central do estado.

Lourenço Lemler descobriu meio sem querer, há 15 anos, o tomate canadense, que pesa em média 600 gramas e tem fama de saudável. Plantou para agradar uma tia que trouxe sementes da Alemanha e a alternativa virou negócio. No meio das estufas, ele improvisou um centro de recepção com direito a mesa, balança, embalagens, baldes e alicates. Quem chega, sai em busca do tomate mais bonito.

De quebra, o consumidor também pode comprar alface, brócolis, couve-flor e o pimentão branco, que é comum na região. Muitos consumidores, conta o produtor, levam a velha caderneta para pagar as compras só no final do mês.

O preferido entre as culturas disponíveis na estufa é o tomate. A dona de casa Francisca Ribeiro é uma das freguesas da Estufa do Alemão, como é conhecida a chácara de Lemler. "É um tomate muito gostoso, mais barato que no mercadinho da colônia e muito sadio, porque ele não põe veneno", comenta. Na casa de dona Francisca moram três pessoas e ela diz que apenas um tomate, bem escolhido, é suficiente para uma boa salada.

O preço e o uso reduzido de agrotóxicos são as vantagens do produto. O quilo do tomate na propriedade sai por R$ 3,00 e, nos mercados da região, custa em média R$ 5,90. O defensivo agrícola é passado apenas na fase de crescimento da planta para matar as larvas. Além disso, passarinhos são aliados do produtor, que espalhou ninhos pelas estufas. "Eles comem as larvas e os insetos", conta Lemler.

Em Ponta Grossa, uva nem sai do parreiral

Duas propriedades em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, também adotam o sistema de venda direta. Na horta do produtor Romualdo Siuta, os fregueses compram verduras e legumes frescos. "Aqui eu deixo as pessoas à vontade. Normalmente, eles compram cinco produtos diferentes", comenta. O colha e pague representa 20% das suas vendas. Ele também atende escolas e supermercados da região.

Na chácara de Sérgio Sozim, produtor de uva, o sistema também é adotado. Os parreirais são uma atração à parte no local, que possui restaurante e pesque-pague. "O freguês chega, escolhe a fruta e a consome embaixo dos parreirais", comenta. O colhe-pague representa 30% das vendas.

"Faz sucesso porque as pessoas vêm com mais tempo e têm contato direto com a natureza", acrescenta Sozim. O preço final ao consumidor, neste sistema, é um atrativo. O produto é vendido quase a preço de custo.

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