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O contrato novembro/06 da soja negociado na Bolsa de Chicago – vencimento que vem servindo de base para a formação do preço do grão disponível aqui no Brasil –, tirou o mês de outubro para subir com força. Até aí, nenhuma novidade. Mercado agrícola é assim mesmo: ele sobe e desce sem muita cerimônia. O inusitado do movimento está no fato de a cotação ter avançado no meio da colheita da safra de soja norte-americana, numa temporada que tem pouca coisa de comum, afinal, os produtores norte-americanos estão colhendo a maior produção do grão na história dos EUA – 86,8 milhões de toneladas.

Para entender a valorização da oleaginosa num período que, naturalmente, costuma ficar marcado pela retração nos preços, na mais pura aplicação da lei da oferta e da demanda, é preciso novamente recorrer ao comportamento dos grandes fundos de investimento. Depois de ficarem quase cinco meses atuando na ponta de venda da soja negociada em Chicago, eles resolveram voltar às compras do grão, justamente no mês em que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) confirmou a estimativa de produção recorde dos norte-americanos.

A mudança da estratégia em plena supersafra não é por acaso. Mirando o futuro, eles estão de olho em dois fatores que devem movimentar o mercado da soja nos próximos meses. O primeiro deles é o papel da demanda pela soja norte-americana que, segundo o mesmo USDA, também deve ser recorde na temporada 2006/07 (83,9 milhões de toneladas). Além da exportação, o consumo do grão norte-americano vai contar com a colaboração do esmagamento nas indústrias dos EUA, também atentas à possibilidade da utilização do óleo de soja para a produção de biocombustíveis.

O segundo tema que vai atrair a atenção do mercado da soja em Chicago é a perspectiva de redução do plantio da oleaginosa na safra 2007/08, que começa lá nos EUA em meados de abril. A briga por área será com o milho e o trigo, este em alta por causa da enorme quebra da safra australiana e aquele subindo em função da febre do etanol, que também tomou conta dos corações norte-americanos, sempre preocupados, entre outras coisas, com o futuro dos preços e as incertezas de fornecimento do petróleo.

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