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Estava bom demais para ser verdade. Sem La Niña ou El Niño, o clima para a safra de verão se comporta como um dos melhores dos últimos tempos. A área de cultivo se mantém praticamente a mesma do ciclo anterior, com pequenas variações, para baixo ou para cima. Para compensar, a produtividade esperada, por conta das condições climáticas favoráveis, deve superar a média histórica.

Mas de repente resolveu dar a louca no mundo e a economia mundial se transformou numa caixinha de surpresas, que pega em cheio o agronegócio. Da metade do ano para cá, os preços da soja e do milho despencaram mais de 50% no mercado internacional. O resultado: estamos colhendo uma excelente safra de trigo e plantando uma safra de verão que promete. Mas ninguém sabe o que vai acontecer com as cotações.

A valorização do dólar ajuda um pouco, apesar de não recompor a perda com o recuo nas cotações. O problema maior é que está cada vez mais difícil e desgastante operar num cenário de dúvidas e incertezas. Nem mesmo os analistas arriscam qualquer projeção, estimativa ou orientação. Os negócios estão em stand by. Está arriscado vender ou comprar. Com a retração no crédito, o comprador pede mais prazo. Se o vendedor se recusa, não tem para quem vender. Se concorda, corre o risco de não receber.

Diria, portanto, que o Brasil e o mundo vivem duas crises, uma financeira e outra de confiança, que nada mais é do que uma conseqüência da primeira. No interior do Paraná, a Expedição Safra conversou com dirigentes do setor que enfrentam esse dilema para escoar a produção e manter o giro do seu negócio. A resposta, infelizmente, está no risco.

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