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Os pecuaristas estão entre "a cruz e a espada" depois que a Rússia suspendeu as importações de carnes do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, dia 15. Com a ração à base de milho ao menos 50% mais cara, torcem para que a tendência de queda nos preços internos ao consumidor final não se confirme. No Paraná, em relação a duas semanas atrás, os produtores de frango têm preço estável, enquanto os de suínos e bovinos recebem 1,5% menos. A arroba do boi estava ontem em R$ 91,64 no estado, o quilo do suíno em pé valia R$ 1,88 e o do frango de corte vivo, R$ 1,65.

Após forte baixa, o preço do suíno parou de cair. A estabilidade, na opinião dos especialistas, não se deve a uma reação do mercado. Ocorre porque a queda foi tão grande que os preços ficaram inviáveis para os produtores, diz Camila Ortelan, pesquisadora de aves e suínos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

O mercado ainda vive a expectativa de que o governo brasileiro consiga reverter o embargo russo. Os produtores de suínos do Sul cogitam reduzir em 10% a criação de matrizes.

A situação não é ruim apenas para produtores, mas preocupa também os exportadores. Pedro de Camargo Neto, da Abipecs (associação de produtores e exportadores de carne suína), diz que o setor está em rápido processo de descapitalização. Isso corre devido a um esfriamento da demanda interna e devido a um período de perda de competitividade nas exportações, principalmente devido ao câmbio, considera.

Os preços do milho chegam a representar 80% do custo da alimentação animal. Apesar dessa situação interna adversa, as receitas com exportações de carnes "in natura’’ (bovina, suína e de frango) ainda crescem. Na terceira semana deste mês, as receitas médias diárias somaram US$ 67 milhões, acima dos US$ 59 milhões da primeira. Para se antecipar ao embargo russo, o mercado exportador teria elevado os negócios.

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