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Na edição de hoje, a segunda da série de reportagens Rumos da Safra/Gazeta do Povo, o Caminhos do Campo traz informações sobre a produção de milho no estado e no país. A análise de técnicos, produtores e lideranças do agronegócio segue a mesma tendência apresentada na primeira publicação, de um setor em recuperação – depois de uma grave crise de renda, o desempenho da safra de verão propicia uma retomada, lenta, é claro, mas com boas perspectivas.

O destaque, porém, está nas mudanças estruturais da produção de grãos, em especial do milho. O consumo mundial em alta – motivada em grande parte pela demanda dos Estados Unidos para a produção de etanol, o álcool de milho – mexe com o mercado, altera preços e já seduz o produtor. O resultado prático e imediato é o aumento da área de cultivo destinada ao cereal. Os números organizados pelo Rumos da Safra, com apoio da Federação da Agricultura (Faep) e Organização das Cooperativas (Ocepar) revelam que no Brasil, tradicional produtor de soja, o volume de milho deve, em poucos anos, superar a oleaginosa.

A sondagem do Rumos da Safra mostra que no Paraná essa inversão já está consolidada. No país, a série histórica aponta para uma redução gradativa na distância entre soja e milho, que este ano deve fechar em menos de 7 milhões de toneladas. Não se discute, é claro, a importância econômica da soja, um produto com valor agregado muito maior que o milho. O grande trunfo do Brasil é a oportunidade de ingressar no mercado internacional da commodity, até então balizado na relação interna de oferta e demanda.

Ao produtor, surge a possibilidade de expandir a atividade agrícola além da soja. A diversificação com o milho passa a ser opção, e não necessidade de rotação de cultura ou o simples giro de capital e ocupação da terra. Evidente que trata-se de uma cultura sujeita às variações climáticas e de preço, como qualquer outro grão ou fibra, mas que oferece a oportunidade de ampliação das fronteiras agrícolas brasileiras – sem que haja necessidade de agredir o meio ambiente, existem 80 milhões de hectares de terras aptas ao cultivo que não estão sendo trabalhadas.

Teoricamente, a exportação tem um benefício direto aos produtores dos estados mais próximos à estrutura portuária. Os analistas, porém, fazem um leitura mais ampla e acreditam que a destinação de parte da produção ao exterior deve provocar um re-arranjo do consumo interno e beneficiar outras regiões produtoras, como o Centro-Oeste. O Mato Grosso, por exemplo, pode ter um ganho logístico ao destinar a produção para os estados que deixaram de ser atendidos pelo Sul.

Além dessa análise, o Caminhos do Campo traz ainda a série histórica e as tendências de produção, consumo e mercado de milho no Paraná, no Brasil e no mundo. Na terceira e última edição da série, no dia 1.° de maio, você vai conhecer um pouco do Mato Grosso, as conquistas e dificuldades de um estado agrícola desbravado por produtores do Paraná e Rio Grande do Sul.

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