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Apesar do aumento no uso de agrotóxicos, as indústrias reclamam que o Brasil é lento na liberação de novos produtos. O setor alega que a adoção de novas tecnologias é necessária, e que um sistema de registro mais estruturado favorece o controle sanitário e o uso responsável dos agrotóxicos. Em documento que tenta estabelecer prioridades na agenda nacional, pede contratação de pessoal e informatização dos setores que avaliam suas solicitações. A Andef argumenta que sua briga é para "priorizar a análise e aprovação das inovações tecnológicas, a fim de aumentar a competitividade e modernidade da agricultura brasileira".

Para os pesquisadores da UFPR que monitoram o setor, há uma grande contradição nessa pressão sobre os órgãos federais. Em cada três produtos registrados, dois não foram comercializados no ano passado, diz o professor Victor Pelaez. A Anvisa é cobrada mas os produtos não chegam ao mercado, afirma o diretor da agência, José Álvares. Eles consideram que as razões das indústrias vão além de atender as necessidades dos produtores. As empresas investem valores que passam de US$ 100 milhões por princípio ativo. O registro é que dá acesso a um novo defensivo ao mercado.

De um total de 2 mil produtos registrados, 780 são comercializados, segundo a Anvisa. A indústria tem explicações técnicas para isso. Um mesmo produto é registrado em diferentes formulações (misturas) e, como a liberação demora até quatro anos, parte delas perde eficiência antes do início da comercialização, afirma Walter Dissinger, vice-presidente de Proteção de Cultivos da Basf para a América Latina. "Pensando nesses problemas e em função do mercado, a indústria sempre registra mais do que precisa."

A Andef nega fazer pressão por menos rigor nas avaliações brasileiras. Segundo a entidade, o país deveria adotar "normas internacionais no registro de componentes e alteração de componentes em formulações", com "legislação clara e harmonização nos procedimentos entre os órgãos registrantes".

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