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O futuro da agricultura familiar está nas mãos de jovens como Cláudio Roginski e Arlan Ramos, de Irati (Centro-Sul). Aos 17 anos, eles têm em casa lições diárias sobre as dificuldades no campo. Mesmo diante dos prejuízos no cultivo da batata ou das dificuldades da produção de fumo, dizem estar dispostos a continuar na lavoura.

O pai de Cláudio, Vicente Roginski, investiu R$ 60 mil em 10 hectares de batata na localidade de Riozinho. No entanto, como receberia apenas R$ 18 por saco de 60 quilos do produto, suspendeu a colheita. Só retirou da terra parte das raízes, para distribuir ao gado, que em poucos dias começou a rejeitar o alimento. O prejuízo foi total. "A lavoura é assim: numa safra perdemos e na outra ganhamos", afirma Cláudio, que agora trabalha na aplicação de fungicida em 50 hectares de soja.

Ele conta que será necessário usar a renda geral deste ano para cobrir o financiamento da lavoura de batata. A diversidade da produção é a principal estratégia de sua família. Outra regra, conta o adolescente, é não ficar parado quando a lavoura pede providências. A aplicação de fungicida na soja foi iniciada antes da aproximação do fungo da ferrugem asiática.

Arlan conta que a produção de fumo – principal atividade de sua família, na localidade de Gonçalves Júnior – está em crise e, se as indústrias não racionalizarem a classificação das folhas, será necessário mudar de atividade.

A rotina da fumicultura exige esforço. Depois dos fardos costurados, é preciso monitorar a temperatura da estufa de duas em duas horas, mesmo durante a noite. Para Arlan, a saída pode ser produzir leite. Ele começou a avaliar a alternativa depois de um curso, que fez com Cláudio. Ambos se mantêm atentos ao mercado participando de cursos do programa Jovem Agricultor Aprendiz, que o Sindicato Rural de Irati e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) realizam em parceria.

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