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Por conta de uma dívida de R$ 32 mil, contraída em 2001 e refinanciada várias vezes, o agricultor Aldair Toni Lopes perdeu acesso ao crédito rural. Ele conta que depende de terceiros para cultivar 36,3 hectares em Engenheiro Beltrão (Centro-Oeste do Paraná). "Só consigo comprar os insumos da safra usando o nome de minha esposa ou fazendo parceria com outros agricultores."

Ele assumiu financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para correção do solo e plantio de soja em 2001. "A expectativa na época era de colher e vender bem, mas o clima não ajudou e a lavoura rendeu 25 sacas por hectare (metade da média estadual)." A saída foi prorrogar a dívida.

Na última safra, a produção e os preços melhoraram e, assim, foi possível respirar "sem ajuda de aparelhos". Para se livrar do débito de R$ 32 mil, no entanto, serão necessárias mais três safra, avalia.

O agricultor Marcelo Riva, que cultiva 242 hectares em Campo Mourão, vive o mesmo dilema. Sem crédito rural por conta de uma dívida de R$ 200 mil, de 2007, faz permutas com fornecedores de insumos toda safra. "Já paguei R$ 155 mil mas tive de prorrogar três parcelas por queda na produtividade e ainda devo R$ 200 mil."

Sem crédito oficial, ele não tem acesso também aos programas de subvenção ao seguro da produção, que atenuam quebras provocadas pelo clima. O produtor estima que serão necessárias mais duas boas safras para que possa colocar suas contas em dia. Segundo os últimos dados do Ministério da Agricultura, a dívida agrícola soma R$ 100 bilhões no país.

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