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O tom da palestra do ministro da Agricultura Reinhold Stephanes no lançamento da Expedição Safra, na semana passada, resume exatamente o que está ocorrendo no campo em plena época de plantio do ciclo 2008/09. Sobre os reflexos da crise financeira no mercado de commodities agrícolas, ele disse que a avaliação deve considerar dois momentos: o da colheita e o do plantio. No primeiro caso, não há muito o que fazer, porque o produtor tem que plantar. A crise chegou quando as lavouras já estavam contratadas e em ritmo acelerado de cultivo. Com relação a isso, nada a acrescentar. Ninguém desistiu de plantar ou decidiu plantar menos. As turbulências na economia mundial reduziram, sim, novos investimentos do setor, mas não comprometeram a intenção de plantio.

A preocupação – ponto onde a cadeia produtiva também concorda com Stephanes –, está no comportamento das cotações na época da colheita. Os negócios estão travados, sem operações de compra ou venda, e ninguém sabe onde isso tudo vai parar. O campo, é claro, mantém a esperança numa reação dos preços e na retomada dos negócios. A safra é considerada normal. O problema está nas inúmeras variáveis, no cenário de incertezas e indefinições que afetam o ânimo do produtor. Essa, pelo menos, é a realidade constatada pelas equipes da Expedição, que estão na estrada para acompanhar o plantio da safra de verão no Paraná.

O jeito é esperar, cuidar da lavoura e acompanhar o mercado. Tudo bem que a atividade é de risco, mas climático, típico da chamada indústria a céu aberto. O sobe-e-desce de preço também faz parte da rotina. O que foge à regra e assunta é o efeito cascata, de uma crise que começou do outro lado do mundo, com a bolha imobiliária que estourou nos Estados Unidos.

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