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Há 10 anos, para saborear um cordeiro era preciso ir até uma propriedade rural e providenciar o abate. Hoje, a carne é vendida em supermercados e açougues especializados. A cadeia da ovinocultura se estruturou, mas tem chance de crescer mais. E foi com a intenção de discutir e fo­­mentar esse mercado que, depois de 21 anos, a Feira Nacional Rotativa de Ovinos (Fenovinos) saiu do Rio Grande do Sul e foi trazida ao Paraná. O evento começou na última terça-feira e termina neste domingo em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. No encerramento da última edição, em Pelotas, Ponta Grossa foi escolhida para ser sede do evento. A intenção da Asso­ciação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) é levar a feira para todos os estados brasileiros. A rotatividade é uma estratégia para incentivar os produtores rurais a investirem na ovinocultura.

Entre os argumentos estão a facilidade de manejo do animal, que é bastante dócil, a demanda existente no mercado consumidor, que chega a importar carne do Uruguai pela deficiência da oferta nacional, e o ciclo mais curto de reprodução em comparação ao bovino. "Enquanto o bezerro demora nove meses para nascer, o borrego leva cinco meses e pode ser abatido aos quatro meses", afirma o diretor técnico da Associação Para­naense de Criadores de Ovinos (Ovinopar), Amaro Mendes de Araújo.

Segundo a Arco, o Brasil tem 16 milhões de cabeças de ovinos. Pelo menos 600 mil estão no Paraná. O Rio Grande do Sul ainda é o maior produtor nacional, com 4 milhões de cabeças. O produtor explora o mercado de carne e ainda tem a chance de agregar valor com a pele, a lã e o leite. A lojista Maria Luíza Ramalho, por exemplo, veio de Santa Cruz do Rio Pardo, no interior de São Paulo, vender blusas e tapetes confeccionados com a lã naturalmente colorida da ovelha na feira em Ponta Grossa. "Há um tempo as ovelhas escuras eram separadas por destoar do rebanho, mas depois foi se percebendo um nicho de mercado para o artesanato e o vestuário", afirma. A lã vai do bege ao marrom e do cinza ao preto.

No entanto, é a produção de carne que mais desperta a atenção dos produtores. Tanto é que o rebanho recebeu investimentos em genética. "Em 10 anos, o mercado de genética cresceu 10 vezes", aponta o presidente da Arco, Paulo Schwab. O produtor José Thiago Machado de Mattos, que viajou 870 quilômetros de Santiago (RS) para a feira em Ponta Grossa, vende genética para clientes do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Bahia. "Eu acho que é um mercado que tem muita perspectiva de crescimento", opina. A produção de ovelhas, segundo os representantes do setor, pode ser associada com a agricultura e até com a criação de bovinos.

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