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Em cada novo levantamento sobre a produção de grãos transgênicos, a Expedição Safra Gazeta do Povo mostra o uso cada vez maior da semente geneticamente modificada (GM) pela agricultura brasileira. O projeto é desenvolvido desde 2006/07, ano que, por coincidência, o Brasil começou a produzir soja tolerante a glifosato em escala comercial. Três anos depois, a sondagem técnico-jornalística registrou a chegada do milho resistente a insetos, que avançou rapidamente. A conclusão, desde aquela época, é que a avaliação predominante no campo é técnica. Se a semente custa menos ou rende mais, ganha a preferência do produtor, numa corrida contínua por redução de custos e aumento na produtividade.

As questões ideológicas continuam latentes, mas parecem ter sido deixadas de lado. O fato é que o grão geneticamente modificado foi bem aceito por praticamente todos os mercados, inclusive o europeu, que nem sempre mostra-se disposto a pagar adicionais pela soja convencional. Enquanto a China aceitar grãos geneticamente modificados, os países exportadores continuarão produzindo.

A expansão transgênica foi tão forte que hoje as cotações das commodities referem-se aos grãos geneticamente modificados, dentro e fora do país. Até porque, boa parte dos grãos convencionais vira transgênico no mercado.

O fato de o Brasil dedicar 11% da área da soja a sementes convencionais não significa que, das 82 milhões de toneladas a serem colhidas, 9 milhões de toneladas sejam livres de transgenia. A segregação é parcial e há risco de contaminação, o que eleva o volume do grão GM. No caso do milho – em que 5,4 milhões de toneladas das 35,8 milhões a serem colhidas neste verão são convencionais –, a mistura é regra. Onde a cadeia produtiva não se organizou para separar o grão convencional desde a lavoura, praticamente toda a produção é vendida como transgênica.

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