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O milho transgênico ainda é uma incógnita no Paraná. A safra de verão será um teste para o grão recém-liberado para plantio comercial. Parte da semente disponibilizada neste ciclo vem do Cerrado e parte da Argentina, o que dificulta avaliações antecipadas sobre produtividade. Nem mesmo o tamanho da área plantada com grão Bt é conhecido com precisão. Os técnicos que participaram da Expedição Safra acreditam que a semente resistente à lagarta-do-cartucho cobre 4% da lavoura de milho de verão, que ficou em 1,33 milhão de hectares.

Cooperativas como a Coamo se preparam para segregar o milho transgênico, que ocupa entre 1% e 1,5% de sua área, cerca de 2,5 a 3,8 mil hectares. A previsão é de grande expansão a partir da safrinha. Na região de Maringá e Rolândia (Noroeste e Norte), as cooperativas Cocamar e Corol, também prevêem participação do Bt em torno de 2%.

Nem todo mundo encontrou semente de milho, mesmo em regiões onde as cooperativas estavam vendendo o grão geneticamente modificado. Foi o caso de Valter Zarpelan, de Cornélio Procópio, na região de Londrina. Ele aproveita o quadro para ficar apenas observando o que ocorre no setor. Plantou 36 hectares de milho convencional.

Sua maior preocupação é com os custos. Zarpelan afirma que este ano desembolsou 60% mais dinheiro para plantar milho. Se quando for às compras às vésperas da safrinha (dezembro/janeiro) o cereal Bt representar alguma economia, deve adotar a mesma postura que na soja transgênica. Dos 157 hectares que dedicou à oleaginosa, 110 foram cobertos de sementes transgênicas neste ciclo.

Parte dos produtores já planeja quanto vai dedicar ao milho Bt na safrinha. Carlos Roberto Pupin, produtor em Maringá e Itambé, não planta milho no verão, mas vai dedicar 20% da lavoura do cereal ao grão transgênico. Por outro lado, ele não sonha com ganhos significativamente mais altos que os atuais. A produtividade, avalia, tende a ser a mesma prevista para o convencional: 4,8 mil quilos/ha. Na soja, ele adota sementes GM em 80% da lavoura.

Valdecir Monteiro, agricultor em Cambé e Rolândia, vai dedicar metade dos 600 hectares do milho safrinha ao Bt. Para ele, os custos do milho transgênico tendem a ser menores. Sua base de comparação não é só a semente convencional, mas também o trigo.

Mas existem apostas mais ousadas. Gabriel Jort, de Campo Mourão, destinou 50 hectares ao milho neste verão, cerca de 20% da sua área. Ele planejava cobrir ao menos parte dessa extensão com o cereal transgênico, mas não encontrou sementes. Na safrinha, quer cultivar 100% de milho Bt.

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