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16 estufas gigantes irão viabilizar a produção de 10 mil toneladas de alface e tomate. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
16 estufas gigantes irão viabilizar a produção de 10 mil toneladas de alface e tomate.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Tradicional reduto de leite e grãos com marcas recordes de produção, Castro, nos Campos Gerais, está despontando para outras culturas agrícolas. Diante das condições climáticas e logísticas favoráveis para a produção de legumes e verduras, a empresa Eco Axial investiu R$ 30 milhões no município com o propósito de transformar o Paraná no principal polo fornecedor de alface e tomate para as redes de fast food e de varejo do país.

Folhas são entregues nas redes de fast food como McDonald´s, Bob´s e Burguer King, entre outras.Hugo Harada/Gazeta do Povo

Produção de orgânico irá envolver agricultura familiar

A perspectiva é atingir a produção de 10 mil toneladas dos alimentos por ano, sendo que apenas 5% ficarão no estado. Até o momento, 16 estufas de 30 mil metros quadrados cada com alface americana estão em funcionamento. A empresa já fornece a folha para redes como McDonald’s, Bob’s, Burguer King, Madero, Subway, e Outback, além das varejistas Pão de Açúcar, Carrefour, Walmart e Muffato.

O projeto ainda prevê a construção de duas estufas de alta tecnologia, cada uma com 30 mil metros quadrados, para alojar tomates. A estimativa é de que a empresa passe a operar com capacidade máxima em abril deste ano.

A área de 700 mil metros quadrados onde está instalada a Eco Axial, até pouco tempo, era uma fazenda de milho e aveia. As verduras ocupam 550 mil metros quadrados, sendo que 20% serão destinadas para a produção de orgânicos, em parceria com a Rio de Una, uma das maiores marcas do setor do Brasil.

Vantagens

A escolha de Castro para a construção do empreendimento considerou fatores climáticos, logísticos e políticos. “A empresa veio para cá não apenas por causa do clima, que é muito bom, mas também porque foi muito bem recebida pelas políticas locais, pela prefeitura e pelos empresários”, explica o diretor Eco Axial Rodrigo Ferro.

Rodrigo Ferro, da Eco Axial, destaca a proximidade com a região Sudeste como fator importante para escolha de Castro.Hugo Harada/Gazeta do Povo

Além disso, a proximidade com a região Sudeste do país, maior mercado consumidor, também interferiu positivamente na escolha. “Precisamos entregar produto de qualidade o ano todo. São dezenas de caminhões todos os dias, e para isso é preciso investir em tecnologia e estar numa região adequada. Castro se mostrou, para esse segmento, uma excelente opção”, destaca Ferro.

Apesar da lista de vantagens, a empresa possuí plano B para eventuais contratempos. Para os períodos de geada e/ou muito frio nos Campos Gerais, que acaba reduzindo o desempenho das plantas e, consequentemente, a produção, a Eco Axial mantém outras estruturas no Norte do Paraná, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.

No médio prazo, brócolis e couve-flor também devem fazer parte dos alimentos produzidos em Castro, além de outras variedades de alface – hoje, o foco está apenas na americana.

Produção de orgânico irá envolver agricultura familiar

Para ampliar a produção de orgânicos, a Eco Axial quer agregar os pequenos produtores da região. De acordo com o secretário municipal de Agricultura, Abastecimento e Agronegócio, Maurício Copacheski, existem negociações para que a empresa compre produtos orgânicos de Castro a partir de fevereiro. A cidade já possui uma produção representativa no setor.

“Em 2015, 70% da merenda escolar do município vieram de produtos orgânicos da agricultura familiar”, conta Copacheski. O projeto com a Eco Axial deve envolver produtos como alface, tomate, pimentão e pepino.

Atualmente, cerca de 120 agricultores, de duas associações, de Castro estão certificados no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, além de outros em processo de transição para a certificação, com expectativa de conquistar o selo até julho.

Para a presidente da Associação das Colônias, Rita de Cássia Goplz, com 52 associados, a parceria pode gerar um aumento significativo na produção local. “Além de aumentar a renda, tem o empoderamento das mulheres, que são a maioria dos produtores”, diz.

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