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O relatório mensal de oferta e demanda divulgado no dia 12 pelo USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) trouxe poucas novidades no quadro norte-americano 2007/08 da soja. Mas, mantendo a tradição de "ajeitar" o consumo para não estourar o quadro antes da definição da safra, o órgão reduziu a demanda pelo grão dos EUA em 1,5 milhão de toneladas em relação ao número estimado em junho. Graças a um corte de 6% nas exportações, o consumo total, agora, é calculado em 81,2 milhões de toneladas – 2% menos que em 2006/07.

Mesmo com o corte na demanda, o quadro dos EUA segue apertado, devido à grande redução na área plantada. Ainda com a produtividade padrão de 46,5 sacas por hectare – o USDA não costuma mexer no rendimento em julho, já que a safra só se define com o clima de agosto –, a produção dos EUA é estimada em 71,4 milhões de toneladas. Com os novos números de produção e consumo, os estoques finais 2007/08 ficam em 6,7 milhões de toneladas.

No milho, a história é um pouco diferente. O apertado quadro de oferta e demanda do cereal nos EUA não é mais aquele. Embora ainda digna de atenção, a relação estoque-consumo conseguiu sair da zona de perigo.

Ao incorporar ao quadro de oferta e demanda a revisão de área plantada divulgada no último dia 29 – a extensão, de 37,6 milhões de ha, é 19% superior à do ciclo passado e a maior desde 1944 –, o USDA elevou a estimativa de produção dos EUA para recordes 326,1 milhões de toneladas.

O número é quase 9 milhões de toneladas superior ao robusto consumo de 317,2 milhões de toneladas. Para aliviar ainda mais o quadro 2007/08, o USDA promoveu também novo corte no consumo de 2006/07, o que acabou elevando os estoques de passagem para a nova safra em mais de 5 milhões de toneladas em relação a junho, para 28,9 milhões.

É preciso lembrar, porém, que a superprodução de 326,1 milhões de toneladas baseia-se no rendimento padrão de 157,2 sacas por hectare. Esse número só deve ser ajustado no relatório de agosto, depois que as lavouras atravessarem o período climático mais crítico para a produtividade, que ocorre em julho.

Fernando Muraro Jr. é engenheiro agrônomo e analista da AgRural Commodities Agrícolas, fmuraro@agrural.com.br, www.agrural.com.br

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