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O agronegócio esbarra em problemas sérios de falta de infraestrutura para escoamento da produção, mas concluiu finalmente que ficar reclamando sem fazer nada não adianta. Essa é a tônica do 6.º Circuito Apro­­­soja, que ocorre nas próximas semanas em seis estados produtores de grãos. Um tema oportuno, num ano em que o risco de colapso logístico assombra o setor.

Nos debates abertos em Cuiabá (MT), o próprio governo federal admitiu que não tem como eliminar rapidamente os gargalos logísticos. Represen­­tantes do Executivo, não é de hoje, fazem discurso tão crítico quanto os líderes encarregados de pressionar o poder público. Apontam detalhadamente o que precisa ser feito em cada região, mas a situação parece que não sai do lugar. As obras em ferrovias, rodovias e portos seguem ritmo muito aquém do esperado num país que pretende dobrar a produção de grãos em poucas décadas.

O que falta definir, no entanto, é como o setor privado pode colaborar para que a infraestrutura suporte uma logística eficiente de escoamento, reduzindo custos e dando maior competitividade ao país. Refor­­mas em rodovias, reparos em estradas de chão batido com dinheiro dos produtores são comuns, mas não passam de ações isoladas, para sanar problemas urgentes. Investimento a longo prazo ainda não existe. Mesmo a ampliação da estrutura de armazenagem segue a reboque das necessidades do setor.

Uma das alternativas que vêm sendo levantadas é a criação de fundos de investimentos em ferrovias. O produtor passaria a ser dono da estrada de ferro e poderia inclusive lucrar com isso a longo prazo. É claro que esse tipo de projeto exige valores altos, que não se acumulam apenas em uma safra cheia e de preços elevados como a atual. No entanto, os recursos podem ser obtidos de instituições financeiras. A questão é assumir a responsabilidade pela criação de uma infraestrutura e pelos empréstimos.

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