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Equipe da Expedição Safra Gazeta do Povo acompanha todas as discussões que abrem a programação da ExpoLondrina. Lineu Filho / Tribuna do Paraná |
Equipe da Expedição Safra Gazeta do Povo acompanha todas as discussões que abrem a programação da ExpoLondrina. Lineu Filho / Tribuna do Paraná| Foto:
  • Encontro promove um panorama atual do mercado da soja e debate os novos rumos da cadeia produtiva da oleaginosa.
  • Giovani Ferreira, do Agronegócio da Gazeta do Povo, destacou a importância de eventos deste gênero / Lineu Filho
  • Sérgio Otaguiri, vice-presidente da Cooperativa Integrada, destacou a importância dos debates acerca da produção da oleaginosa. Lineu Filho / Tribuna do Paraná
  • Mais de 400 representantes da cadeia produtiva e produtores de várias regiões do Paraná e de outros estados compareceram ao encontro. Lineu Filho / Tribuna do Paraná
  • Moacir Sgarioni, presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP) discursou durante a abertura do encontro. Lineu Filho / Tribuna do Paraná
  • Alexandre Ne­­pu­­mu­­ceno, pesquisador da Embrapa Soja, mostrou as principais tendências do uso de sementes geneticamente modificadas na produção da soja. Lineu Filho / Tribuna do Paraná
  • Público teve a chance de conhecer melhor o trabalho do Agronegócio Gazeta do Povo. Lineu Filho / Tribuna do Paraná
  • Principais tendências da cadeia da oleaginosa foram discutidas no evento. Lineu Filho / Tribuna do Paraná
  • Etore Baroni, da Consultoria FCStone, coloca a China como fundamental para definição do preço da soja. Lineu Filho / Tribuna do Paraná

O mercado de soja e a pesquisa e desenvolvimento da commodity mais plantada no mundo foram temas do Fórum Brasil Agro, realizado na manhã desta quinta feira (03), na ExpoLondrina. O evento organizado pelo Agronegócio Gazeta do Povo e a Cooperativa Integrada abriu a agenda técnica da feira agropecuária, que segue até o próximo dia 13. O encontro, na sua 3.ª edição, reuniu mais de 450 representantes da cadeia produtiva e produtores de várias regiões do Paraná e de outros estados que assistiram três palestras com especialistas do setor. Nas edições anteriores os temas foram trigo e logística.

O coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, Giovani Ferreira, fez a abertura oficial do evento. O executivo destacou a importância de eventos do gênero como palco permanente de debate para o desenvolvimento do agronegócio.

“O objetivo é traçar tendências do setor. Nesta edição será a soja, commodity tão importante”, destaca Ferreira. “Esses eventos permitem discutir com a sociedade assuntos em torno do agronegócio”, reforçou Sérgio Otaguiri, vice-presidente da Integrada.

Ainda de acordo com coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, o potencial brasileiro para a safra atual de grãos é de 195 milhões, 6% maior em relação à temporada anterior, mesmo com as perdas climáticas registradas em várias regiões produtoras. Somente a produção de soja, de acordo com levantamento do projeto Expedição Safra, deve alcançar 87,1 milhões de toneladas na safra 2013/14.

Palestras

Mais 80% da oleaginosa plantada no mundo são organismos geneticamente modificados (transgênicos), destacou o pesquisador da Embrapa Soja, Alexandre Ne­­pumu­­ceno, durante a sua palestra. “Essa tecnologia mudou a agricultura no mundo”, destaca o pesquisador, que apontou a resistência a herbicidas e a insetos como as principais características da tecnologia. Hoje, 19 países estão plantando comercialmente soja geneticamente certificada.

As empresas do setor continuam investindo em novas pesquisas e produtos. Atualmente, a agenda da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNbio) está lotada com mais de 20 pedidos de análise, inclusive as primeiras solicitações comerciais para eucalipto e para um mosquito transgênico. “O mercado da biotecnologia RNAi deve atingir US$ 4 bilhões até 2017”, afirma Ne­­pu­­mu­­ceno. A tecnologia já é usada em abelhas nos Estados Unidos e deve demorar alguns anos para chegar no Brasil.

Atualmente, a Embrapa desenvolve, em parceria com o Japão, um gene resistente à seca. Os testes estão no 4º. ano de trabalho de campo. O objetivo é colocar na soja para aumentar a resistência da planta. Esta seria, por exemplo, mais uma alternativa para os veranicos de verão, como o que atingiu o Paraná em janeiro e fevereiro e gerou perda superior a 2 milhões de toneladas na oleaginosa.

“Nas próximas décadas, vamos ver variedades que modificam o gene da própria espécie ou trazem de espécies próximas. Isso é uma forma de trazer solução para agricultura”, aponta.

Uma das metas da Bayer CropScience para os próximos anos é buscar tecnologia para racionalizar o uso de defensivos nas lavouras, destacou Karol Czelusniak, agrônomo do setor de desenvolvimento de mercado da multinacional alemã que investe 3 bilhões de euros anuais em pesquisa. O principal desafio é “prever hoje qual será o problema daqui a 15 anos, ou seja, desenvolver agora uma tecnologia que será usada no futuro distante”, aponta.

Mercado

A palestra de encerramento do Fórum Brasil Agro abordou o mercado de soja e as projeções de preço para o futuro. De acordo com Etore Baroni, da Consultoria INTL FCStone no Brasil, os preços da oleaginosa no segundo semestre serão impactados diretamente pelo andamento da safra nos Estados Unidos.

“Se a safra americana for boa conforme o previsto, o que permitirá repor estoque, os preços devem oscilar entre US$ 11 e US$12 por bushel”, aponta o consultor. Hoje a cotação da oleaginosa gira em US$ 14 por bushel.

Neste momento, o poder de compra da China pode influenciar os preços da commodity. A projeção é de que o país asiático compre 69 milhões de toneladas de soja este ano, sendo 27 milhões de toneladas dos Estados Unidos e 42 milhões de toneladas da América do Sul - 37 milhões de toneladas do Brasil. Como os estoques americanos estão baixos, alguns negócios devem ser cancelados e a China deve “procurar” a produção brasileira.

“Faz sentido a China trocar os Estados Unidos pelo Brasil porque aqui [a soja] está mais barata”, aponta Baroni. “Com esse apetite chinês, o mundo precisa produzir mais 2 milhões de toneladas de soja por ano para atender a demanda”, acrescenta.

Além do crescimento da população, a China tem reduzido significativamente a produção de soja. O primeiro fator é a baixa produtividade, média de 30 sacas por hectare. O segundo é a importância do milho sobre a oleaginosa na cadeia alimentar dos chineses.

“No momento que a população deixar de comer escorpião, lema e outras coisas do gênero e passar a consumir frango, porco, leite ovo frito não volta mais. Acredito que [o consumo local] chegue a 120 milhões de toneladas nos próximos anos”, diz o consultor da FC Stone.

Leia mais sobre o Fórum Brasil Agro no caderno de economia da Gazeta do Povo desta sexta-feira.

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