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Apesar de os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul terem anunciado reforços nas barreiras sanitárias nas proximidades com o Paraguai, o risco de o vírus da aftosa atravessar a fronteira mos­­­­­tra-se real. A re­­­portagem da Gazeta do Povo apurou que, em Ciudad del Este, o comércio de carne bovina em açougues improvisados atrai brasileiros da região de Foz do Iguaçu, principalmente pelo fato de o preço do alimento ter caído cerca de 25% nos últimos dias. Depois de percorrer a fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o gado atravessa a fronteira livremente, mesmo na Zona de Alta Vi­­­gilância (faixa de 30 quilômetros que segue regras especiais, como a identificação dos animais com um brinco).

Tanto a importação de carne como a de animais vivos está suspensa por pelo menos três meses. Em Foz, 30 agentes sanitários federais e estaduais se revezam em quatro turnos, na tentativa de barrar a doença. Em Guaíra, o governo alega que houve reforço tanto no posto de vigilância federal (fronteira com Paraguai) quanto no estadual (divisa com Mato Grosso do Sul). O governo sul-mato-grossense alega que reforçou o trabalho em 15 postos fixos e que mantém duas equipes volantes na fiscalização. O governo federal garantiu que, se identificar algum animal que tenha atravessado a fronteira, irá abatê-lo.

Controle

O governo do Paraguai informa que o trabalho de revacinação do gado no departamento (estado) de San Pedro, onde houve o foco da aftosa, já foi iniciado. Perto de 1,4 milhão de bovinos são criados na região. O abate de 820 cabeças, iniciado na quinta-feira, foi concluído no fim de semana. Os agentes do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal do Paraguai (Senacsa) realizam testes sorológicos na região do foco da aftosa para delimitar o tamanho da zona de risco. O Senacsa garante que não vão faltar vacinas e que os testes sorológicos fazem parte dos procedimentos exigidos pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE).

A propriedade onde foram sacrificados os animais fica a 126 quilômetros de Mato Grosso do Sul e a 235 quilômetros da divisa com o Paraná. Diferente do estado vizinho, o Paraná conta com a bloqueio natural do Rio Paraná.

O Paraguai está tentando delimitar a zona de risco para liberar as exportações de carnes provenientes de outras regiões do país. O setor produtivo pretende retomar as vendas externas dentro de seis meses, incluindo o departamento de San Pedro. Por en­­­quanto, mesmo caminhões com carne de animais abatidos antes da confirmação da aftosa estão proibidos de entrar no Brasil e no Chile.

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