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Castro – Taeke Greidanus, um holandês de 70 anos que vive no Brasil desde 1953, é um dos responsáveis pela modernização da ovinocultura no Paraná. Há 28 anos, ele se dedica à criação. Começou com a raça texel, originária da ilha holandesa homônima e com bom rendimento de carne. Chegou a importar animais daquele país.

Em 2000, ao perceber a necessidade de uma raça mais adaptada ao clima dos trópicos, foi buscar na África do Sul exemplares da blackhead dorper, resultado de cruzamentos feitos pelos boers (holandeses que colonizaram aquele país africano nos séculos XVII e XVIII) entre raças européias e ovinos do deserto. São animais rústicos e precoces.

Hoje, Greidanus tem um plantel de 1,7 mil animais – texel, dorper e santa inês (originária do Nordeste brasileiro), em sua fazenda, a Cabanha Portão Vermelho, em Castro. A parte do rebanho pura de origem (PO) é criada com finalidade genética – venda de reprodutores e matrizes. Desde 2003, a cabanha trabalha com transferência de embriões.

Animais resultantes de seleção e de cruzamentos triplos (santa inês, texel e dorper) são destinados ao programa Cordeiro Castrolanda. "Já abatemos um cordeiro tri-cross que, aos três meses, pesava 54 quilos", conta Greidanus, orgulhoso.

A ovinocultura virou a principal atividade da fazenda, de 128 hectares. Os 30 hectares destinados à agricultura servem, na verdade, para a alimentação dos animais: produção de milho e azevém para a silagem.

Além da qualidade genética, a Portão Vermelho é referência em sanidade e manejo do rebanho. Greidanus aboliu o uso de antibióticos e já ultiliza produtos homeopáticos misturados ao sal mineral para o controle de verminoses e para estimular a fertilidade das fêmeas. Os partos duplos tornaram-se comuns.

O criador também aboliu uma prática de manejo: o recolhimento dos animais em apriscos (instalações cobertas e cercadas) durante a noite, para protegê-los do ataque de cães e ladrões. A "segurança" agora é feita por cães. São animais "especializados": cães-pastores da raça komondor, originária dos Bálcãs. Além de reduzir a mão-de-obra, a permanência no pasto reduz o estresse dos animais.

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