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Agricultura

Governo promete prorrogar dívidas de cafeicultores

Medida tenta amenizar prejuízos do setor, mas precisa ser aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No Paraná, valor da saca caiu ao menor patamar desde 2009

Preços impedem investimento em mecanização das lavouras | Bruno Covello/gazeta Do Povo
Preços impedem investimento em mecanização das lavouras (Foto: Bruno Covello/gazeta Do Povo)

A cafeicultura recebeu fôlego extra para pagamento das dívidas. O ministro da Agricultura, Antonio Andrade, anunciou na última sexta-feira (22) que vai permitir a renegociação das operações de crédito rural vinculadas a lavouras de café arábica realizadas entre julho deste ano e junho de 2014, mesmo sem aprovação oficial do Conselho Monetário Nacional (CMN). A ação tenta amenizar o impacto da crise enfrentada pelo setor, devido aos baixos preços de venda. No Paraná, onde o cenário foi agravado pelas geadas de julho e agosto, as cotações caíram ao menor nível desde novembro de 2009, pressionadas por uma sequencia de safras recordes nos três maiores países produtores - Brasil, Colômbia e Vietnã.

Para contratos de custeio e comercialização será preciso quitar apenas 20% do total da dívida. Os 80% restantes poderão ser pagos em até cinco anos. No caso das operações de investimento será possível dilatar em até um ano o prazo de vencimento do contrato. O governo não destaca novas intervenções para estimular o mercado.

De acordo com o cafeicultor e presidente da Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro (Accenpp), Luiz Fernando de Andrade Leite, “a cafeicultura está trabalhando abaixo do custo de produção e os produtores estão em dificuldade financeira. O cenário é muito ruim”, detalha.

Conforme a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Paraná a saca de 60 quilos do produto beneficiado fechou o mês de outubro valendo R$ 222,82 – 35% menos do que há um ano (R$ 343,16). A desvalorização e a quebra climática ocorrida neste ano têm desestimulado os agricultores, indica Paulo Franzini, secretário-executivo da técnico da Seab. “Tudo indica que o percentual de erradicação dos cafezais é superior a 20%. Os produtores tendem a abandonar o café e partir para a soja.”

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