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Autoridades peruanas alertam que o fogo pode atingir um parque nacional de preservação; 5 mil pessoas estão em  risco. | Henry Milléo / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Autoridades peruanas alertam que o fogo pode atingir um parque nacional de preservação; 5 mil pessoas estão em risco.| Foto: Henry Milléo / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Um enorme incêndio florestal - que ainda não foi controlado - já destruiu milhares de hectares de floresta tropical no Peru, além de plantações de café e cacau na área central do país. O fogo ameaça, também, o habitat de comunidades nativas e afeta parte da fauna amazônica. Segundo as autoridades peruanas, o incêndio foi provocado por queimadas de pastarias, uma prática agrícola arriscada, mas que ainda não foi abandonada na região.

“Registrou-se 19,37 mil hectares de cobertura de área natural destruída e 208 hectares de cultivos destruídos pelo incêndio florestal”, indica um relatório do Instituto Nacional de Defesa Civil (Indeci).

Segundo o relatório, o fogo começou em 10 de setembro na comunidade nativa de Pitsiquia, da região de Junín (selva central). “Foi registrada poluição do ar, como resultado disso, os moradores manifestam problemas oculares”, informou a direção de Saúde de Junín.

O fogo afeta um setor dentro da zona do VRAEM (Valle de los ríos Apurímac, Ene y Mantaro), onde, além de vegetação, há abundantes cultivos de café, cacau e folha de coca.

A situação preocupa as autoridades regionais, já que perto do lugar do incêndio se encontra o Parque Nacional Otishi, perto da Reserva Comunal Ashaninka.

“Há um foco de fogo, o mais perigoso, que já entrou na Reserva Comunal Ashaninka. Este foco está avançando rapidamente. Se o fogo passar da reserva comunal, chega ao Parque Nacional”, explicou o gerente de Imagem da municipalidade do distrito de Río Tambo, Jimmy Laura.

Cerca de 5 mil pessoas de 10 comunidades de Río Tambo estão em risco.

Marco Pastor, assessor da diretoria do Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas (Sernanp), explicou à agência estatal Andina que a seca intensa de agosto e setembro é uma das causas do incêndio, mas este também se deve à ancestral prática agrícola de queimar mato para limpar o campo para o cultivo.

“Infelizmente, esta prática pode sair do controle e provocar a extensão do fogo, com a ajuda dos fortes ventos, e se converter em um incêndio florestal”, disse Pastor.

O especialista detalhou que o novo satélite peruano PerúSAT-1, lançado no espaço na semana passada, forneceu imagens em detalhe do incêndio para avaliar os danos provocados e as ações a serem tomadas.

Em 2005, foi registrado no setor do VRAEM um incêndio florestal que destruiu mais de 90 mil hectares de florestas, e só as chuvas puderam controlá-lo.

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