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Para antender à demanda externa por etanol sem comprometer o abastecimento interno, a indústria moageira paranaense deverá destinar mais cana para a produção de álcool. Conforme a Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar), 59% (entre 27,1 e 27,7 milhões de toneladas) da cana direcionada à indústria serão usados na produção de etanol, enquanto 41% (de 18,9 a 19,3 milhões de toneladas) serão transformados em açúcar. Com isso, a safra 2008/09 deve render ao Paraná cerca de 2,2 bilhões de litros de álcool e 2,8 milhões de toneladas de açúcar. Na temporada anterior (2007/08), o estado destinou 53,5% da safra de cana para a produção de etanol e 46,5% para o açúcar.

Essa mesma tendência é observada nos demais estados do Centro-Sul do país, onde a safra 2008/09 também deve ser mais alcooleira neste ano. Conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 57% da produção de cana industrial dos estados do Centro-Sul, estimada pela estatal em 538 milhões de toneladas, serão destinados ao álcool, enquanto 43% irão para a produção de açúcar.

Para José Adriano da Silva Dias, superintendente da Alcopar, a prova que o Paraná não está priorzando o mercado externo em detrimento do interno está justamente no mix esperado para a safra 2008/09. No ano passado, das 40,4 milhões de toneladas de cana processadas pela indústria do estado, 42,% foram direcionados para a produção de álcool hidratado, vendido nas bombas dos postos de gasolina. O anidro, que é adicionado à gasolina, consumiu 10,7% da cana industrial. Neste ano, segundo projeção da associação, o hidratado deve ganhar ainda mais espaço: 48,6% da colheita devem ter essa destinação. O álcool anidro deve abocanhar 10,4% da produção de cana para uso industrial na temporada 2008/09. No Brasil, os veículos bicombustíveis representam 85% das vendas de carros novos.

Quem perde mais espaço no Paraná é o açúcar. Mas a redução na produção na região central do Brasil tende a ser compensada pelo Nordeste, onde o mix é favorável ao alimento (57% açúcar e 43% álcool, segundo a Conab). Tradicionalmente, os estados nordestinos investem mais no açúcar, que é, em grande parte, enviado para o exterior. Mais próximos do Hemisfério Norte, esse estados têm maior facilidade para escoar sua produção para África, Rússia e países árabes, principais compradores do açúcar brasileiro. Dessa forma, as exportações nacionais do produto devem começar a ganhar ritmo agora em setembro, quando começa a moagem da safra de cana do Nordeste. (LG)

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