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Por trás da história de sucesso do cooperativismo paranaense, existe um trabalho de educação e um processo de mudança cultural, que se definem em três períodos distintos. O primeiro, marcado por uma relação mais paternalista, onde a cooperativa estava preocupada apenas com o cooperado. Depois veio a fase da globalização, que imprimiu um perfil mais empresarial e rompeu com a tendência assistencialista. E, por fim, o terceiro momento, traduzido no modelo atual, que investe na busca do equilíbrio, com foco no desenvolvimento econômico, mas também na promoção social.

A explicação, segundo Leonardo Boesche, da gerência de Desenvolimento Humano da Ocepar, "é que a cooperativa não deixa de ser empresa, mas agora preocupada com a profissionalização não só de seu quadro funcional como também de seus cooeprados". Ele destaca que, além de ser uma necessidade, essa harmonia de princípios e interesses é uma tendência do sistema. "Se não associar o aspecto social com o econômico, a cooperativa perde a identidade."

Foi então, com base nos conceitos de que a cooperativa é uma sociedade de pessoas e também uma empresa, inserida no mercado e que precisa ter resultado, que o sistema optou por equacionar os interesses. Para tanto, passou a investir na modernização de suas estruturas e na capacitação do funcionário, do produtor e, agora, da família do cooperado.

O ambiente familiar democrático, onde o produtor passa a compartilhar idéias e a administrar a propriedade com a ajuda da esposa e dos filhos, talvez seja uma das principais conquistas. "Não existe mais espaço para o pensamento autocrático, onde o pai manda e o resto obedece." Através do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), mães e filhos estão sendo preparados para melhor administrar o lar, a propriedade e tornarem-se lideranças em suas cooperativas.

Sescoop

O investimento em capacitação foi intensificado a partir de 1999, com a criação do Sescoop. Somente no ano passado, foram aplicados R$ 4,3 milhões e treinadas 72 mil pessoas em 1.600 eventos – 15% são cooperados e 11% familiares.

Hoje, pelo menos 80% do quadro funcional da área administrativa das cooperativas têm faculdade. Entre os filhos dos produtores, pelos menos daqueles que participam dos encontros patrocinados pelo Sescoop, metade já passou pela universidade ou, então, está frequentando um curso superior.

Outro indicador importante desse trabalho é que, nos municípios onde existe uma cooperativa, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é até 3,5% superior ao daqueles onde o cooperativismo não está presente.

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