Jovens apostam em novas ideias para melhorar renda

• 0

Após quatro anos trabalhando como motoboy e promotor de vendas no Recife, Bruno Siqueira Soares, de 23 anos, decidiu voltar para a propriedade rural dos pais em Bassira, interior de Pernambuco. Na bagagem, além da experiência mal- sucedida na cidade grande, Soares carregava novos projetos para implantar na fazenda da família e aumentar a renda. A primeira etapa foi substituir os produtos químicos utilizados nas plantações de milho, feijão, batata, mandioca e frutas por adubo e inseticida naturais. A mudança, implantada há dois anos, rende economia de até R$ 1,5 mil a cada plantio.

“Fui [para o Recife] atrás de um melhor salário, mas a qualidade de vida era pior. Voltei porque as possibilidades no campo são maiores que na cidade”, explica Soares, um dos 300 agricultores adolescentes que estão participando da 5.ª Jornada Nacional do Jovem Rural, em Bocaiuva do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. O próximo projeto é transformar o esterco animal em biogás, pois na propriedade também há criação de gado e peixe. “Tudo que puder ser feito significa mais dinheiro no meu bolso”, ressalta.

Vilmara Ferreira de Oliveira, de 20 anos, também tem novos planos para a propriedade rural dos pais em Ventania, nos Campos Gerais do Paraná. A ideia é implantar a produção de morango junto com a horta de legumes e verduras. “Não existe fornecedor aqui em Ventania nem nas cidades da região. A demanda é grande e poderemos ganhar mais”, diz a jovem, que desenvolveu o projeto no Programa Empreendedorismo Jovem Rural.

Renda maior

De acordo com especialistas do setor, a permanência do jovem no campo passa obrigatoriamente pelo aumento da renda. Para isso, cada vez mais, as escolas instaladas nas áreas rurais estão implantando currículos diferenciados, onde o objetivo é ensinar maneiras de diversificar a atividade e ampliar a remuneração por meio dos serviços rurais.

“Entre outros fatores, o jovem vai para cidade em busca de melhor condição financeira. Mas é possível produzir no campo de forma a gerar renda suficiente”, afirma Adalberto Guerreiro, coordenador do Centro de Formação por Alternância da Casa Familiar Rural de Boa Vista do Ramos, município do Amazonas.