A operação Leite Compen$ado, que investiga há mais de um ano fraudes na cadeia leiteira, teve novo desdobramento nesta quarta-feira (11). O Ministério Público do Rio Grande do Sul detectou irregularidades na atividade da Agroindustrial Cooperativa Central (Confepar), com sede em Londrina. A empresa já havia sido denunciada no início das investigações, em maio de 2013.
As autoridades revelam ter provas de que a cooperativa comprou leite fraudado ou em deterioração oriundo do Rio Grande do Sul. O volume envolvido pode totalizar 7,3 milhões de litros por mês. “Essa cooperativa entrou no RS há, aproximadamente, 18 meses para realizar uma concorrência criminosa, pagando um valor maior pelo litro do leite e cooptando rotas de produtores que antes forneciam para outras indústrias”, declarou o promotor Mauro Rockenbach.
A operação é conduzida em força-tarefa pela Brigada Militar gaúcha, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Receita Estadual do RS. Os Ministérios Públicos do Paraná e Rio Grande do Sul estão executando os mandados de busca e apreensão e efetuando as prisões.
A investigação levou mais de seis meses. Entre os meses de março e abril deste ano foram recolhidas 60 amostras de leite consideradas impróprias para o consumo.
Até agora quatro prisões já foram confirmadas. Um dos detidos é o responsável pela captação no posto de resfriamento da Confepar no município de São Martinho (Norte do Paraná), Fernando Júnior Lebens. Também foram presos o presidente da Cooagrisul, Alcenor Azevedo dos Santos e o transportador de leite Diego André Reichert.
Em nota a Confepar assegurou que é contrária a qualquer adulteração na produção do leite, e realiza análise diária de todos os lotes recebidos. Além disso, a empresa afirma que tem colaborado com as investigações e está a disposição para qualquer esclarecimento.
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