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Os embarques de açúcar pelos portos do Centro-Sul conti­nuam paralisados em função das chuvas, que vieram complicar ainda mais as operações em Santos e Paranaguá, que já estavam lentas. Mais de 40 navios aguardam ao largo no Porto de Santos para embarcar o produto ante uma espera normal em torno de 20 navios. No Porto de Paranaguá, 19 navios aguardam para atracar e serem carregados com açúcar. Outros dois navios estão no corredor de exportação utilizado para grãos. Segundo informação do Porto de Paranaguá, ontem foram carregadas apenas 3,2 mil toneladas de açúcar ante um movimento normal de 20 mil toneladas diárias.

Frete mais caro

A maior demanda internacional pelo produto vinculada aos problemas logísticos no embarque estão elevando os fretes e aumentando até o prêmio pago pelo comprador sobre o preço sinalizado pelo mercado futuro. Até o início da tarde de ontem, os embarques em Santos e em Paranaguá estavam paralisados e a expectativa era de um retorno apenas quando as chuvas cessarem. "Na verdade, as chuvas apenas vieram complicar os embarques que já estavam lentos", informa o gerente de logística da Açúcar Guarani, Marcos Castilho. Segundo ele, o volume recorde de açúcar embarcado nesta safra está provocando a lentidão nos portos. "Os melhores preços do açúcar registrados neste início de safra anteciparam o pico dos embarques", disse. Tradicionalmente, o pico dos embarques é registrado entre agosto e outubro.

O diretor técnico da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio Padua Rodrigues, informa que existe hoje um descasamento entre a chegada do açúcar nos portos e o embarque nos navios, o que tem feito o frete rodoviário subir de forma expressiva. Castilho, da Guarani, informa que, apenas no último mês, o valor do frete rodoviário aumentou 20% em função da menor disponibilidade de caminhões para o transporte de açúcar. "Os caminhões ficam presos nas filas por mais tempo que o normal e isto acaba criando um problema no fluxo do produto", disse. O executivo explicou também que estão faltando contêineres para o transporte de açúcar ensacado nos navios. Segundo o consultor Arnaldo Luiz Correa, da Archer Consulting, esta falta de contêineres já teria elevado o frete do açúcar ensacado em US$ 20 por tonelada.

Recorde

No Porto de Paranaguá, os em­­barques de açúcar foram recorde no primeiro semestre, atingindo 1,3 milhão de toneladas, 13% superior a igual período de 2009. Já no Porto de San­­tos, en­­tre janeiro e maio foram embarcados 5,87 mi­­lhões de toneladas, 7,5% mais do que em 2009.

Para Correa, da Archer Consulting, esta lentidão no embarque está sendo refletida no prêmio cobrado na exportação sobre o contrato de outubro negociado em Nova York. Esse prêmio já atinge 175 pontos sobre o preço de outubro, o dobro do registrado há uma semana. "Quem precisa de açúcar está tendo de arcar com um prêmio maior", disse.

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