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As perdas localizadas que vêm ocorrendo em Mato Grosso são menos graves do que as registradas nos demais estados do Centro-Oeste e não derrubam as projeções sobre a colheita da soja. Os produtores mato-grossenses confirmaram ganham expressivo de produtividade nas primeiras lavouras colhidas. O avanço representa uma folga maior do que a quebra confirmada mais recentemente (veja gráfico na página 1).

"O quadro em Mato Grosso não se compara ao de Mato Grosso do Sul, onde muitas lavouras não serão colhidas e, assim, podem ser tecnicamente consideradas perdidas", observa Maria Amélia Tir­lo­ni, analista do Instituto Mato-Gros­­sense de Economia Agropecuária, o Imea. As "avarias" ocorridas no estado líder na produção de soja terão sua dimensão exata conhecida no final da colheita, observa.

A previsão é que os trabalhos sejam encerrados em 15 dias. Nas últimas duas semanas, o sol permitiu avanço na colheita em Mato-Grosso. Os técnicos do Imea trabalham com previsão de 3 mil quilos de soja por hectare. A Expedição Safra Gazeta do Povo estima co­­lheita de 3,1 mil kg/ha. Produtores e especialistas entrevistados pelos técnicos e jornalistas do projeto cogitaram avanço de até duas sacas por hectare, que está sendo parcialmente alcançado.

Mesmo em regiões de agricultura consolidada, como o Médio-Nor­­te e o Sudeste, a soja ganhou 150 mil hectares, área maior que a cedida ao algodão mais ao norte. O avan­­ço se deu sobre áreas degradadas e desmatadas, relataram os pro­­dutores e técnicos. "Até 2014, va­­mos ampliar o cultivo de 10,5 mil para 16 mil hectares, usando áreas de­­gradadas e resgatando lotes ar­­rendados", conta o agrônomo Mar­­cos José de Lima, consultor do Grupo Mutum.

Com o risco climático praticamente superado, o setor só lamenta sua estratégia de venda antecipada, que neste ano limitou a renda dos produtores. Perto de 65% da produção de soja foram comercializados antes da colheita por R$ 32 a saca em média em Mato Grosso. Na comparação com os preços da safra passada, houve ganho de R$ 5 por saca. Essa vantagem poderia ter chegado a R$ 10 por saca, considerando os preços atuais.

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