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A formação de preços da soja no mercado internacional, que se reflete nos portos brasileiros, é dada por algumas variáveis já bastante conhecidas de quem trabalha com o setor. A cotação da soja na Bolsa de Chicago é a primeira delas, seguida do prêmio de exportação e do câmbio. Como se sabe, a primeira e a última são bem mais dinâmicas.

Neste ano, como já foi comentado nesta coluna em 11 de abril, convivemos com excesso de oferta no mercado internacional. Todavia, nunca é demais alertar para o fato, já que os estoques da ordem de 56 milhões de toneladas e a relação estoque/consumo na faixa de 26% são dois índices recordes, que geram um movimento muito tímido nas cotações internacionais. A isso chamamos de mercado de oferta, que é marcado pela baixa volatilidade. Normal, pois os estoques em alta garantem abastecimento mesmo que ocorram riscos de quebra de safra.

A prova mais evidente está no gráfico (abaixo) histórico da primeira cotação na Bolsa de Chicago. Reparem que, depois das fortes oscilações do mercado em junho e julho de 2005, o mercado se acomodou em uma faixa muito estreita de preços. Neste mês, estamos completando onze meses que as cotações na bolsa norte-americana mostram uma oscilação pequena. Desde agosto do ano passado, o mercado trabalha entre US$ 5,50 e US$ 6,10 por bushel, ou seja, US$ 0,60 centavos por bushel em 11 meses, o que significa US$ 1,32 por saca de 60 kg.

Neste mesmo período, o nosso trágico e valorizado real para o setor agrícola se mostrou ainda mais forte e com pouca oscilação. O resultado dessas duas variáveis, que sempre apresentaram grande volatilidade e que agora se mostram estagnadas ou calmas, é que em 2006 a média mensal da cotação da saca de 60 kg em Paranaguá foi de R$ 27,10 no mês de abril e de R$ 29,70 em julho, uma variação de menos de 10% entre a melhor e a pior cotação no ano. Muito pouco.

Essa pequena variação deve ser levada em conta para quem está com a soja armazenada à espera de preços melhores. De outra forma, pode-se dizer que uma oscilação no câmbio ou em Chicago maior que 5% em uma semana não deve ser oportunidade perdida para quem está carregando soja. Se as duas ocorrerem juntas então, é quase perfeito.

fmuraro@agrural.com.brwww.agrural.com.br

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