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A safra de grãos está apenas começando, mas dezembro será um mês de balanço e projeções da cadeia produtiva. As principais culturas do período estão na fase final de plantio e a partir da próxima semana vai ser possível estimar, com base mais concreta, o potencial da produção brasileira de soja e milho de verão. Historicamente, a oleaginosa e o cereal respondem por mais de 80% do volume de grãos produzidos no país. Juntos eles devem somar perto de 110 milhões das 135 milhões de toneladas estimadas pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) para a safra 2007/08.

Para os agentes financeiros, a hora é de comparar os números da liberação de crédito, que, assim como a área cultivada, deve ser maior do que na safra anterior. Na semana passada, inclusive, balanço do Banco do Brasil no Paraná revelou que o valor contratado já superava a cifra de R$ 1,8 bilhão do ano agrícola 2006/07. A expectativa, inclusive, é de um crescimento de 5% sobre o exercício anterior. Se confirmada a previsão, o orçamento total desta safra no estado passa de R$ 3 milhões, incluindo outros agentes financeiros e recursos próprios dos agricultores.

Entramos também na fase de fiscalização e punição, se necessária, referente à vacinação contra a febre aftosa. A segunda etapa da campanha de imunização ocorreu de 1.º a 20 deste mês. Mas só vamos saber se o trabalho atingiu suas metas a partir de dezembro. O pecuarista tem até sexta-feira para comprovar a administração da vacina. O governo faz o balanço ao confrontar números do rebanho do estado – estimado em 10 milhões de cabeças – com as doses comercializadas pelas revendas de insumos e cooperativas. O comprovante de vacinação é a nota fiscal do produto, que deve ser apresentada nas unidades da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab) junto com formulário que descreve o rebanho.

Ainda nesse campo, o Paraná alimenta a esperança de receber, até o final do ano, uma equipe de técnicos da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), que pode nos devolver o status de área livre de aftosa, com vacinação. Depois de terem sido boicotados pela missão que esteve no país no início de novembro, composta por representantes do mercado europeu, os criadores paranaenses esperam que a nova comitiva adote critérios mais técnicos e sanitários do que interesses econômicos.

Mas a surpresa mesmo deve vir das informações sobre o seguro agrícola. O governo federal apostou numa ampla utilização desse mecanismo de proteção, mas parece que não tem seduzido os produtores. Ao todo, R$ 100 milhões foram disponibilizados para subvenção de 50% do prêmio, mas o valor contratado não deve passar de R$ 60 milhões. Assim como no ano passado, vai sobrar dinheiro. Na safra anterior foram gastos R$ 30 milhões, de um total de R$ 42 milhões.

Em resumo, a impressão é que o balanço não será de todo ruim. É fácil perceber, com exceção do problema com a pecuária de corte, que a retomada vem acontecendo, num cenário que deve se configurar com mais clareza no início do ano, porque a safra de verão promete.

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