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Depois de registrar quedas sucessivas nas últimas três semanas, o mercado futuro do milho voltou ao terreno positivo na Bolsa de Chicago. Os preços do cereal avançaram 3% ontem após a notícia de que a China fez sua primeira compra nos Estados Unidos em quatro anos. Os papéis com vencimento em julho, que ocupam a primeira posição de entrega, avançaram 9,5 pontos nesta quarta-feira e fecharam os negócios do dia a US$ 3,57 por bushel (257,4 quilos), o equivalente a US$ 8,43 a saca.

Segundo informações do USDA, o departamento de agricultura norte-americano, a China comprou 115 mil toneladas de milho dos EUA para entrega em agosto. A última vez em que o país asiático negociou volumes significativos de milho norte-americano foi em dezembro de 2001, mas a compra acabou sendo cancelada em seguida.

O retorno da China ao mercado internacional de milho reascendeu especulações de que o clima frio que ameaça a safra nacional de grãos possa levar o país a aumentar consideravelmente suas importações do cereal neste ano. O Centro de Informações de Grãos e Óleos da China confirmou os rumores. Em comunicado oficial, informou que o país pode importar um recorde de 14 milhões de toneladas no segundo trimestre desse ano.

A disparada das cotações do milho carregou para cima dos preços da soja, que operavam no terereno negativo até a metade do dia. O primeiro contrato da oleaginosa chegou a cair quase 5 pontos durante o dia ontem, mas fechou o pregão estável, cotado a US$ 9,8275 o bushel (27,2 quilos), ou US$ 21,68 a saca. O resultado interrompeu uma sequência de duas quedas que fez a oleaginosa perder 2% de seu valor e devolver boa parte dos ganhos acumulados na semana anterior em Chicago.

Na quinta-feira passada, o primeiro vencimento da soja alcançou o maior patamar em três meses ao bater em US$ 10,0425 o bushel (US$ 22,15 a saca), impulsionado justamente pela forte demanda chinesa pelo produto norte-americano. Pres­sionados pela aversão ao risco após o rebaixamento do rating de crédito de Grécia e Portugal, na terça-feira, e Espanha, ontem, o mercado não conseguiu sustentar os ganhos.

As preocupações com a situação fiscal nesses países minaram o euro, que sofreu forte desvalorização em relação ao dólar e ao iene. Esse movimento é prejudicial para as commodities denominadas em dólar, que, na prática, ficam mais caras para compradores que usam outras moedas.

"Na minha opinião, a queda foi apenas um movimento pontual e a tendencia altista não foi revertida. Mas não podemos esquecer que é final de mês e encerramento de quadrimestre, época em que os fundos de investimento costumam vender para realizar lucros. Com o mercado financeiro na defensiva em função de incertezas economicas geradas pelo fator Grécia, esse movimento foi potencializado. Mas a tendência de curto/médio prazo é de alta, pois os estoques norte-americanos são baixos e a demanda da China é agressiva", avalia o Steve Cachia, analista da Cerealpar em Malta.

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