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A soja continua sendo a principal aposta da produção agrícola, mas é no milho que o produtor vai sentir a grande virada em se tratando de rentabilidade na safra 2006/07. Só este mês, a cotação da saca de 60 quilos saltou de R$ 14,20 para R$ 16,50 no Paraná, no mercado disponível. O preço no balcão, pago ao produtor, é até R$ 2,5 menor.

E a tendência de alta não pára por aí. Com base em dados de consultorias de mercado, Flávio Turra, da Ocepar, acredita que a cotação deve virar o ano entre R$ 17,30 e R$ 17,40, cerca de R$ 4 acima do preço praticado no começo do ano – na faixa de R$ 13 a R$ 13,50. Há mais de 2 anos o agricultor vinha operando no vermelho, com um preço de venda abaixo do mínimo e também do custo de produção, fixado em R$ 14.

Assim como a soja, o excedente do milho também teve redução. Os estoques internos caíram de 2,5 milhões em 2005 para 1,5 milhão de toneladas este ano. Para 2007, a previsão é de um estoque final de 500 mil toneladas, contra uma média histórica de 2 milhões de toneladas. Os estoques devem cair porque a próxima safra será menor e o Brasil tem uma produção muito ajustada à demanda. Pela estimativa de área, em 2007 o país deve produzir 40,4 milhões de toneladas, contra 42,4 milhões da safra em curso, para um consumo anual de 39 milhões de toneladas. Este ano também deve ser exportado mais milho. A previsão é fechar 2006 com 3,5 milhões de toneladas, quase quatro vezes as 900 mil toneladas embarcadas no ano passado.

Com a entrada da próxima safra – a partir fevereiro – o preço deve recuar e se estabelecer entre R$ 15 e R$ 16. Ao longo do ano, conforme o desempenho da safrinha, a saca pode voltar a romper a barreira dos R$ 17, explica Turra.

Fernando Muraro, da AG Rural Commodities Agrícolas, acredita que o preço do milho no Brasil também é favorecido pelo avanço da cotação do cereal na Bolsa de Chicago, que este mês superou a barreira dos US$ 2,76 por bushel (25,4 quilos), o que não acontecia há dois anos e meio.

Estoque regulador

Enquanto diminuem os estoques e aumentam os preços da soja e do milho, cresce a preocupação do setor produtivo em relação ao controle desse excedente de produção. A soja não oferece risco porque está em poder da iniciativa privada O problema é o milho, basicamente nas mãos do governo, que usa o estoque regulador para controlar o preço em situações de descompasso entre oferta e demanda. Esse instrumento também pode ser usado para segurar o preço e evitar a supervalorização do cereal.

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